Nadine dos Santos Meyer, Alexandre Ehrhardt, Talita Polyana Schimmock
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Objetivo: O objetivo do presente trabalho foi apontar, de forma breve, os perigos causados por uma produção caseira no qual não possui um processo de controle de qualidade. Material e métodos: Trata-se de uma revisão bibliográfica em bancos de dados, Scielo e PubMed, tendo como critérios de inclusão artigos em português, inglês e espanhol publicados a partir de 2002. Foram descartados os artigos que não abordavam a área de interesse. Resultados: Através da maltagem, os grãos produzem enzimas que convertem o amido em açúcares fermentáveis, como as leveduras responsáveis pela fermentação, apresentam metabolismo aeróbico facultativo, ou seja, na presença de oxigênio a glicose é captada e oxidada, com objetivo de produção de energia para o metabolismo destes microrganismos que quando consumidos forma-se etanol, que é liberado para o meio extracelular. Porém quando há contaminação das misturas em tanques de fermentação por outros microrganismos que não o S. cerevisiae, o metabolismo destas outras espécies pode levar à formação de metanol como subproduto. O metanol é metabolizado a formaldeído e sua meia-vida, entretanto, é muito curta, cerca de 1 minuto, pois é rapidamente metabolizado pela enzima formaldeído-desidrogenase em ácido fórmico, que é extremamente tóxico, sendo responsável pelos efeitos graves da intoxicação. Conclusão: Não há dados consistentes na literatura quanto à morbimortalidade relacionada ao metanol, porém ela é certamente relacionada à demora na procura de atendimento médico, tendo em vista que há antídotos a serem usados, bem como tratamentos de descontaminação.","PeriodicalId":128123,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Nacional de Microbiologia Clínica On-line","volume":"6 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-04-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"INTOXICAÇAO POR METANOL PRODUZIDO POR CONTAMINAÇÃO DE LEVEDURAS PRESENTE EM CERVEJAS ARTESANAIS\",\"authors\":\"Nadine dos Santos Meyer, Alexandre Ehrhardt, Talita Polyana Schimmock\",\"doi\":\"10.51161/ii-conamic/45\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Introdução: A cerveja é uma das bebidas mais antigas e mais consumidas, é produzida a partir da fermentação de grãos de cevada e lúpulo por Saccharomyces cerevisiae que são microrganismos que produzem gás carbônico e álcool etílico, entretanto, erros no processo podem levar à contaminação com metanol, que é altamente tóxico, levando a uma série de complicações graves. 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INTOXICAÇAO POR METANOL PRODUZIDO POR CONTAMINAÇÃO DE LEVEDURAS PRESENTE EM CERVEJAS ARTESANAIS
Introdução: A cerveja é uma das bebidas mais antigas e mais consumidas, é produzida a partir da fermentação de grãos de cevada e lúpulo por Saccharomyces cerevisiae que são microrganismos que produzem gás carbônico e álcool etílico, entretanto, erros no processo podem levar à contaminação com metanol, que é altamente tóxico, levando a uma série de complicações graves. Em todo o mundo, indivíduos adotam como \"hobbie\", a produção artesanal de cerveja em sua própria residência, seguindo instruções e guias encontrados facilmente na internet. Ao contrário da produção industrial de bebidas alcoólicas, a produção artesanal não é fiscalizada e nem preparada para a remoção do metanol, podendo se formar durante o período de fermentação. Objetivo: O objetivo do presente trabalho foi apontar, de forma breve, os perigos causados por uma produção caseira no qual não possui um processo de controle de qualidade. Material e métodos: Trata-se de uma revisão bibliográfica em bancos de dados, Scielo e PubMed, tendo como critérios de inclusão artigos em português, inglês e espanhol publicados a partir de 2002. Foram descartados os artigos que não abordavam a área de interesse. Resultados: Através da maltagem, os grãos produzem enzimas que convertem o amido em açúcares fermentáveis, como as leveduras responsáveis pela fermentação, apresentam metabolismo aeróbico facultativo, ou seja, na presença de oxigênio a glicose é captada e oxidada, com objetivo de produção de energia para o metabolismo destes microrganismos que quando consumidos forma-se etanol, que é liberado para o meio extracelular. Porém quando há contaminação das misturas em tanques de fermentação por outros microrganismos que não o S. cerevisiae, o metabolismo destas outras espécies pode levar à formação de metanol como subproduto. O metanol é metabolizado a formaldeído e sua meia-vida, entretanto, é muito curta, cerca de 1 minuto, pois é rapidamente metabolizado pela enzima formaldeído-desidrogenase em ácido fórmico, que é extremamente tóxico, sendo responsável pelos efeitos graves da intoxicação. Conclusão: Não há dados consistentes na literatura quanto à morbimortalidade relacionada ao metanol, porém ela é certamente relacionada à demora na procura de atendimento médico, tendo em vista que há antídotos a serem usados, bem como tratamentos de descontaminação.