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Em face disso, nossa problemática de pesquisa se detém numa apresentação e apontamentos sobre três casos de mulheres místicas estigmatas alemãs do século 19 (Anna Katharina Emmerick, 1774-1824, Louise Beck, 1822-1879, e Viktoria Hecht, 1840-1890) no intuito de compreender de que forma as singularidades e generalidades dos seus casos representam uma resistência católica à consolidação da modernidade na Alemanha oitocentista. Como fundamentação propomos a revisão de uma extensa, importante e, no Brasil, pouco conhecida bibliografia sobre o tema, especialmente nas línguas inglesa e alemã. Como fontes, tomamos alguns conjuntos de publicações hagiográficas sobre os casos que tomamos por objeto, além de publicações de instituições responsáveis pela manutenção de sua memória.","PeriodicalId":131809,"journal":{"name":"Revista Temporis[ação] (ISSN 2317-5516)","volume":"16 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-12-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"MISTICISMO FEMININO E A CONSOLIDAÇÃO DA MODERNIDADE NA ALEMANHA DO SÉCULO 19:\",\"authors\":\"Robson Rodrigues Gomes Filho\",\"doi\":\"10.31668/rta.v22i02.12378\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O século 19 pode ser descrito de maneiras absolutamente diferentes e divergentes. Se, por um lado, é considerado por Erick Hobsbawm como a “Era das Revoluções”, por outro, pode ser considerado também o “século da ciência, do racionalismo, do academicismo”. 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MISTICISMO FEMININO E A CONSOLIDAÇÃO DA MODERNIDADE NA ALEMANHA DO SÉCULO 19:
O século 19 pode ser descrito de maneiras absolutamente diferentes e divergentes. Se, por um lado, é considerado por Erick Hobsbawm como a “Era das Revoluções”, por outro, pode ser considerado também o “século da ciência, do racionalismo, do academicismo”. Do ponto de vista religioso, entretanto, o século 19 é também o século do ocultismo, das sociedades secretas, do espiritismo e ainda do reavivamento religioso cristão. É neste contexto tão divergente que se situa o presente artigo, cujo recorte se dá especificamente na Alemanha e toma como objeto o misticismo católico feminino. Ainda que seja pouco conhecido, o fenômeno do misticismo estigmata registrou, entre 1775 e 1900, pelo menos 130 casos apenas na Europa ocidental. Se estendermos este recorte até 1957, somam-se 221 casos, dentre os quais 212 (96%) são mulheres. Em face disso, nossa problemática de pesquisa se detém numa apresentação e apontamentos sobre três casos de mulheres místicas estigmatas alemãs do século 19 (Anna Katharina Emmerick, 1774-1824, Louise Beck, 1822-1879, e Viktoria Hecht, 1840-1890) no intuito de compreender de que forma as singularidades e generalidades dos seus casos representam uma resistência católica à consolidação da modernidade na Alemanha oitocentista. Como fundamentação propomos a revisão de uma extensa, importante e, no Brasil, pouco conhecida bibliografia sobre o tema, especialmente nas línguas inglesa e alemã. Como fontes, tomamos alguns conjuntos de publicações hagiográficas sobre os casos que tomamos por objeto, além de publicações de instituições responsáveis pela manutenção de sua memória.