Hellen Tenório Bezerra, J. A. A. Teles, Gil Dutra Furtado
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Foram realizadas visitas durante o período de junho a julho de 2019, com abate semanal médio de dez animais sendo observados condições das instalações, higiene do local e dos manipuladores, procedimento de matança, uso de equipamentos, forma de abate até o transporte e destino do produto final. Durante a visita ao abatedouro foi observado que no local do abate não tinha nenhum tipo de adequação para o fim a que se destinava, pois não existia nenhum tipo de instalações físicas acontecendo ao ar-livre e favorecendo assim a proliferação de micro-organismos. As pessoas envolvidas não utilizavam EPI’s durante as etapas de abate dos animais. A esfola aérea não era utilizada em nenhum dos animais, devido à inexistência de trilhos aéreos, sendo realizada diretamente no solo, propiciando a contaminação da carcaça. As vísceras eram lavadas em tonéis e baldes de água, manipuladas em cima de lonas e sacos de estopas sendo enxugadas com auxílio de um pano de prato, em precárias condições de higiene. As carnes eram expostas em ganchos facilitando a retirada das pelancas ao ar-livre e à temperatura ambiente, até serem recolhidas e transportadas na mala de carros particulares, carrocinhas e carroceria de caminhão até o mercado e açougues da região, sem refrigeração e condições precárias de armazenamento. 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CONDIÇÕES FÍSICAS E HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DO ABATE CLANDESTINO EM UM MUNICÍPIO DE ALAGOAS, NORDESTE BRASILEIRO
O Brasil é líder em exportações e dono do segundo maior rebanho mundial, com cerca de 200 milhões de cabeças de gado. Mesmo apresentando números elevados referentes à produção de produtos cárneos, o país sofre com a clandestinidade no abate de bovinos. Além disso, o consumo de carne ou subprodutos contaminados pode ser a causa de diversas doenças graves. Essas doenças só podem ser devidamente identificadas mediante a inspeção ante e post-mortem às quais os animais são submetidos no matadouro legalizado, procedimento que não ocorre em abates clandestinos. Diante disso, objetivou-se realizar uma análise das condições físicas e higiênico-sanitárias do abate clandestino em um município de Alagoas bem como, sua implicação na saúde pública. Foram realizadas visitas durante o período de junho a julho de 2019, com abate semanal médio de dez animais sendo observados condições das instalações, higiene do local e dos manipuladores, procedimento de matança, uso de equipamentos, forma de abate até o transporte e destino do produto final. Durante a visita ao abatedouro foi observado que no local do abate não tinha nenhum tipo de adequação para o fim a que se destinava, pois não existia nenhum tipo de instalações físicas acontecendo ao ar-livre e favorecendo assim a proliferação de micro-organismos. As pessoas envolvidas não utilizavam EPI’s durante as etapas de abate dos animais. A esfola aérea não era utilizada em nenhum dos animais, devido à inexistência de trilhos aéreos, sendo realizada diretamente no solo, propiciando a contaminação da carcaça. As vísceras eram lavadas em tonéis e baldes de água, manipuladas em cima de lonas e sacos de estopas sendo enxugadas com auxílio de um pano de prato, em precárias condições de higiene. As carnes eram expostas em ganchos facilitando a retirada das pelancas ao ar-livre e à temperatura ambiente, até serem recolhidas e transportadas na mala de carros particulares, carrocinhas e carroceria de caminhão até o mercado e açougues da região, sem refrigeração e condições precárias de armazenamento. Concluiu-se que as condições físicas e higiênico-sanitárias são inexistentes para a finalidade que se destinam, pondo em risco a saúde do manipulador e da população.