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Para tanto, foi realizada uma revisão sistemática com publicações em português sobre o tema nas bases de dados SciELO, LILACS, Index Psicologia e periódicos da CAPES, resultando na inclusão de 109 artigos. A organização estrutural das inter-relações de características dos estudos que exploram o adoecimento psíquico associado ao trabalho revelou uma tendência dos estudos empíricos a explorarem amostras sem patologia e dos teóricos a apresentarem o adoecimento psíquico, mas de forma inespecífica, o que dificulta tanto a observação de fatores de risco específicos associados ao desenvolvimento de determinados transtornos quanto à elaboração de ações de prevenção e tratamento precoce. Os resultados descritivos apontaram o Transtorno Mental e do Comportamento e a Síndrome de Burnout enquanto mais frequentes, estando associados às condições de trabalho pautadas pela pressão, cobranças e pelo estresse. As propostas de solução frente ao adoecimento mental apresentadas se centraram na prevenção e na promoção à saúde, assim como em perspectivas voltadas às terapêuticas medicamentosas e psicoterápicas. Verificou-se, entretanto, que não foram apresentadas propostas interventivas específicas para a prevenção ou para o enfrentamento dos transtornos. 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Adoecimento psíquico nas organizações: explorando dimensões estruturais dos estudos e possibilidades interventivas
A saúde mental dos trabalhadores, assim como o adoecimento psíquico relacionado ao trabalho são questões que vêm ganhando a atenção e a preocupação da sociedade e de pesquisadores em busca de possibilidades de intervenção. Portanto, devido à variedade de abordagens metodológicas e teóricas nesse campo de estudo, são necessárias sistematizações de dados dessa área do conhecimento. Neste sentido, o presente estudo objetivou evidenciar as formas de adoecimento psíquico associadas ao trabalho mais frequentemente identificadas nos estudos nacionais recentes (2013-2017), enfatizando as características estruturais dos tipos de estudo e as propostas de intervenção apresentadas nas pesquisas. Para tanto, foi realizada uma revisão sistemática com publicações em português sobre o tema nas bases de dados SciELO, LILACS, Index Psicologia e periódicos da CAPES, resultando na inclusão de 109 artigos. A organização estrutural das inter-relações de características dos estudos que exploram o adoecimento psíquico associado ao trabalho revelou uma tendência dos estudos empíricos a explorarem amostras sem patologia e dos teóricos a apresentarem o adoecimento psíquico, mas de forma inespecífica, o que dificulta tanto a observação de fatores de risco específicos associados ao desenvolvimento de determinados transtornos quanto à elaboração de ações de prevenção e tratamento precoce. Os resultados descritivos apontaram o Transtorno Mental e do Comportamento e a Síndrome de Burnout enquanto mais frequentes, estando associados às condições de trabalho pautadas pela pressão, cobranças e pelo estresse. As propostas de solução frente ao adoecimento mental apresentadas se centraram na prevenção e na promoção à saúde, assim como em perspectivas voltadas às terapêuticas medicamentosas e psicoterápicas. Verificou-se, entretanto, que não foram apresentadas propostas interventivas específicas para a prevenção ou para o enfrentamento dos transtornos. Portanto, este estudo visa estimular a produção de novas e mais sistemáticas pesquisas sobre o adoecimento mental decorrente das condições de trabalho, especialmente sobre os Transtornos Mentais e Comportamentais e a síndrome de Burnout, em prol de uma melhor atuação em políticas públicas para a saúde do trabalhador.