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Resultados: A amostra foi composta de 424 homens que fazem sexo com homens, sendo 96,3% cisgênero e 91,5% gays. O diagnóstico de vírus da imunodeficiência humana foi relatado por 57 participantes (14,4%). A média de idade dos participantes com vírus da imunodeficiência humana foi de 36,6±8,8 e daqueles sem vírus da imunodeficiência humana foi de 29,8±7,8 (p<0,01). Homens que fazem sexo com homens vivendo com vírus da imunodeficiência humana, quando comparados com homens que fazem sexo com homens sem diagnóstico de vírus da imunodeficiência humana, apresentaram prevalências mais elevadas de tabagismo (28,1% versus 14,8%, p<0,02) e encontros sexuais (54,9 versus 37,3, p<0,02) durante a pandemia. Verificou-se que 22 (38,6%) tiveram algum tipo de interferência no tratamento de vírus da imunodeficiência humana durante os primeiros meses de pandemia. Não foram observadas diferenças significativas no uso de álcool e de substâncias psicoativas. Conclusão: A prevalência de pessoas vivendo com vírus da imunodeficiência humana entre os homens que fazem sexo com homens é maior que a população geral e uma parcela importante dessa população teve interferência no tratamento de vírus da imunodeficiência humana no primeiro semestre da pandemia de COVID-19. A interferência no tratamento sofrida por esses indivíduos pode impactar diretamente no seu seguimento e tratamento a longo prazo. 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Impactos da pandemia de COVID-19 em homens que fazem sexo com homens vivendo com vírus da imunodeficiência humana: um estudo transversal
Introdução: As mudanças causadas pela pandemia de COVID-19 podem afetar desproporcionalmente alguns grupos minoritários como homens que fazem sexo com homens, principalmente pessoas que vivem com vírus da imunodeficiência humana. Objetivo: Avaliar os impactos da pandemia de COVID-19 entre homens que fazem sexo com homens com diagnóstico de vírus da imunodeficiência humana. Métodos: Estudo transversal, de abrangência nacional, realizado entre setembro e outubro de 2020. O recrutamento dos participantes foi realizado pela técnica snowball por meio de um questionário semiestruturado. Foi utilizado o teste de ANOVA para comparar médias e o teste de qui-quadrado para variáveis categóricas. Considerou-se o nível de significância de 95%. Resultados: A amostra foi composta de 424 homens que fazem sexo com homens, sendo 96,3% cisgênero e 91,5% gays. O diagnóstico de vírus da imunodeficiência humana foi relatado por 57 participantes (14,4%). A média de idade dos participantes com vírus da imunodeficiência humana foi de 36,6±8,8 e daqueles sem vírus da imunodeficiência humana foi de 29,8±7,8 (p<0,01). Homens que fazem sexo com homens vivendo com vírus da imunodeficiência humana, quando comparados com homens que fazem sexo com homens sem diagnóstico de vírus da imunodeficiência humana, apresentaram prevalências mais elevadas de tabagismo (28,1% versus 14,8%, p<0,02) e encontros sexuais (54,9 versus 37,3, p<0,02) durante a pandemia. Verificou-se que 22 (38,6%) tiveram algum tipo de interferência no tratamento de vírus da imunodeficiência humana durante os primeiros meses de pandemia. Não foram observadas diferenças significativas no uso de álcool e de substâncias psicoativas. Conclusão: A prevalência de pessoas vivendo com vírus da imunodeficiência humana entre os homens que fazem sexo com homens é maior que a população geral e uma parcela importante dessa população teve interferência no tratamento de vírus da imunodeficiência humana no primeiro semestre da pandemia de COVID-19. A interferência no tratamento sofrida por esses indivíduos pode impactar diretamente no seu seguimento e tratamento a longo prazo. Estratégias para evitar a interrupção da atenção às pessoas vivendo com vírus da imunodeficiência humana devem ser organizadas e priorizadas durante a pandemia de COVID-19.