Reações de perda: o luto e a melancolia em O mar de John Banville

O romance O mar (2005), do escritor irlandês John Banville, é uma narrativa que propicia uma análise sobre o luto e a melancolia que acometem o ser humano, pois a história tem um cunho memorialístico e está carregado dos sentimentos de luto e de melancolia. O protagonista e narrador do romance, Max Morden, um sexagenário, relata sobre seu passado e acerca de perdas importantes. Primeiramente, a perda trágica dos gêmeos Myles e Chloe, na infância do protagonista. Posteriormente, já em sua velhice, Max perde a esposa, vítima de câncer. O processo de luto é acompanhado pelo estado de melancolia de Max, sentimento que lhe é particular, a partir do momento em que ele decide regressar ao seu passado e recontá-lo, numa perspectiva terapêutica. Nesta perspectiva, discutimos as reações de perda, o luto e a melancolia, no romance O mar a partir de autores como Walter Benjamin (1984), Moacyr Scliar (2008), Sigmund Freud (2013), Kathleen Costello-Sullivan (2018), dentre outros, que contribuem para a compreensão desses sentimentos.