Camila Espezio de Oliveira, J. Pavanelli, A. T. Igari
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Para atingir o objetivo proposto foram levantados e analisados dados secundários a partir de revisão narrativa da literatura acadêmica e de bases documentais sobre o desenvolvimento, regras e governança do turismo e montanhismo no Monte Everest. A concessão de direitos privados de uso das trilhas e acampamentos pelo Estado, sem o estabelecimento de limites ambientais, repete a tragédia dos bens comuns, retratada no clássico “The Tragedy of the Commons” de Hardin (1968). Este regramento atende aos interesses de coalizões economicamente dominantes na arena de ação, mas é contestado local e internacionalmente, em função da degradação ambiental, desestruturação das comunidades e aumento de incidentes fatais nas trilhas. As ações coletivas previstas por Ostrom materializam-se principalmente na atuação de ONGs e comunidades locais, que mitigam parte dos impactos socioambientais negativos. 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摘要
过于珠穆朗玛峰的过负荷能力的小径,同时现有的正式规则在尼泊尔优先考虑短期的经济利益而不是社会和环境的负面影响,其控制的安全探险和增加影响当地的生态系统。本文以埃莉诺·奥斯特罗姆(Elinor Ostrom, 2005)的制度分析与发展(IAD)为基础,从公地治理的理论视角分析珠穆朗玛峰文化生态系统服务的开发过程。为了达到这一目标,我们从学术文献和文献数据库的叙事综述中收集和分析了关于珠穆朗玛峰旅游和登山的发展、规则和治理的二手数据。国家在不设定环境限制的情况下授予步道和营地的私人使用权,重复了哈丁(Hardin, 1968)的经典著作《公地悲剧》(The Tragedy of The公地)中描述的公地悲剧。这一规定符合经济上占主导地位的联盟在行动领域的利益,但由于环境恶化、社区破坏和道路上致命事件的增加,在当地和国际上都存在争议。奥斯特罗姆计划的集体行动主要体现在非政府组织和地方社区的行动中,这减轻了一些负面的社会环境影响。阐明行动领域的体制争端可能有助于建立更合法的使用权特许权,使旅游更安全,并在支持能力范围内。
Governança de Bens Comuns e o Turismo no Monte Everest: uma análise a partir da perspectiva do Institutional Analysis and Development Framework
A superexploração do Everest supera a capacidade de carga das trilhas, ao mesmo tempo que as regras formais em vigor no Nepal priorizam o ganho econômico em curto prazo ao invés do controle de impactos sociais e ambientais negativos, comprometendo a segurança das expedições e aumentando impactos sobre ecossistemas locais. Este artigo visou elucidar o processo de exploração dos serviços ecossistêmicos culturais do Monte Everest, analisado sob a perspectiva teórica de governança dos bens comuns, estruturada a partir do IAD (Institutional Analysis and Development) de Elinor Ostrom (2005). Para atingir o objetivo proposto foram levantados e analisados dados secundários a partir de revisão narrativa da literatura acadêmica e de bases documentais sobre o desenvolvimento, regras e governança do turismo e montanhismo no Monte Everest. A concessão de direitos privados de uso das trilhas e acampamentos pelo Estado, sem o estabelecimento de limites ambientais, repete a tragédia dos bens comuns, retratada no clássico “The Tragedy of the Commons” de Hardin (1968). Este regramento atende aos interesses de coalizões economicamente dominantes na arena de ação, mas é contestado local e internacionalmente, em função da degradação ambiental, desestruturação das comunidades e aumento de incidentes fatais nas trilhas. As ações coletivas previstas por Ostrom materializam-se principalmente na atuação de ONGs e comunidades locais, que mitigam parte dos impactos socioambientais negativos. A elucidação das disputas institucionais nas arenas de ação pode contribuir para estruturação de concessões de direitos de uso mais legítimas que permitam o turismo mais seguro e dentro da capacidade de suporte.