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Psicologia, religião e política em Édipo Tirano, de Sófocles, à luz da interpretação de Hölderlin
Propomos nesse artigo contribuir à expansão da interpretação de Édipo Rei, de Sófocles, além da indicação de Freud de que ele antecipou o Complexo de Édipo. Defenderemos que essa peça tem um importante conteúdo político e religioso além de psicológico, como argumenta Hölderlin, com base em um destaque de um momento da trama que Freud cita com um leve equívoco: não foi o oráculo que associou a peste ao assassinato de Laio, mas Édipo, que poderia ter lido o conselho de “Banir a mácula do país” como um simples estadista, mas o fez “de modo demasiadamente infinito”. Assim, sua “hamartia” (erro) foi o de ter sido impulsionado pelo “nefas” (excesso, presunção) da curiosidade irada, que o levou a misturar religião (infinito) e política (finito) e a descaracterizar ambos os domínios. Também discordaremos de Freud de que haja “oposição entre destino e vontade” no mito: há, antes, identidade entre eles.