{"title":"Guardar o que se move, mover o que se guarda","authors":"Luciana Salazar Salgado","doi":"10.29147/datjournal.v8i2.686","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Neste artigo, explicita-se a filiação a um desenvolvimento teórico que considera a rubrica “literatura digital” como conceito, discutindo a questão técnica que está no coração de sua legitimidade. O problema da digitalidade é convocado com base numa perspectiva discursivo-midiológica, que opera com a metodologia MO/OM proposta por Régis Debray (2000). Segundo essa perspectiva, a descrição da relação entre a Matéria Organizada e a Organização Materializada possibilita que compreendamos a dinâmica sistêmica em que matrizes de sociabilidade (instituições discursivas) produzem objetos técnicos que funcionam como vetores de sensibilidade (dispositivos que suscitam disposições). Não há neutralidade na técnica: à tecnoesfera corresponde uma psicoesfera, conforme Milton Santos (2000), e o rebatimento entre essas dimensões do vivido produz escapes, derivas, transformações, pois se trata de movimento histórico, socialmente organizado, politicamente disputado. Nesses termos, o Atlas da Literatura Digital Brasileira é visto como um gesto técnico crucial para o gesto epistemológico e político que configura um Observatório.","PeriodicalId":179659,"journal":{"name":"DAT Journal","volume":"21 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-06-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"DAT Journal","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.29147/datjournal.v8i2.686","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Neste artigo, explicita-se a filiação a um desenvolvimento teórico que considera a rubrica “literatura digital” como conceito, discutindo a questão técnica que está no coração de sua legitimidade. O problema da digitalidade é convocado com base numa perspectiva discursivo-midiológica, que opera com a metodologia MO/OM proposta por Régis Debray (2000). Segundo essa perspectiva, a descrição da relação entre a Matéria Organizada e a Organização Materializada possibilita que compreendamos a dinâmica sistêmica em que matrizes de sociabilidade (instituições discursivas) produzem objetos técnicos que funcionam como vetores de sensibilidade (dispositivos que suscitam disposições). Não há neutralidade na técnica: à tecnoesfera corresponde uma psicoesfera, conforme Milton Santos (2000), e o rebatimento entre essas dimensões do vivido produz escapes, derivas, transformações, pois se trata de movimento histórico, socialmente organizado, politicamente disputado. Nesses termos, o Atlas da Literatura Digital Brasileira é visto como um gesto técnico crucial para o gesto epistemológico e político que configura um Observatório.