Maria Helena Felicio Adriano, Luiz Henrique Milani Queriquelli
{"title":"维吉尔的《埃涅伊德》中女性气质的局限性","authors":"Maria Helena Felicio Adriano, Luiz Henrique Milani Queriquelli","doi":"10.11606/issn.2179-5487.v12i17p188492","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este trabalho busca verificar e desdobrar a tese de que as personagens femininas da Eneida que extrapolam os limites desejáveis para o protótipo de uma romana ideal acabam malfadadas. Para tanto, em um primeiro momento, recupera no texto virgiliano a caracterização das personagens Cassandra, Pentesileia, Creúsa, Andrômaca, Dido, Sibila, Camila, Lavínia, Amata, Juturna, Juno, Vênus e Deiopeia. Em seguida, analisa, a partir da caracterização feita, se essas personagens: se enquadram no protótipo esperado; assumem virtudes reservadas apenas aos homens; apresentam vícios tipicamente atribuídos às mulheres; e acabam malfadadas ou não. As principais conclusões indicam que: (1) as personagens femininas na Eneida podem ter um destino ruim tanto por extrapolar os limites da feminilidade e invadir os domínios dos homens quanto por causa de vícios tipicamente atribuídos às mulheres; (2) invariavelmente, o retrato de todas as personagens femininas apresenta vícios tipicamente atribuídos às mulheres, o que indica que as mulheres, no ideário antigo representado pela Eneida, são essencialmente viciosas ou problemáticas; (3) as principais personagens divinas se assemelham às aristocratas romanas, isto é, as deusas agem como as aristocratas agiam na visão dos homens: são fúteis, vaidosas e avarentas e governam nos bastidores, na base de moeda sexual, intrigas, maquinaria e chantagem.","PeriodicalId":402463,"journal":{"name":"Revista Angelus Novus","volume":"47 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-12-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Limites da feminilidade na Eneida de Virgílio\",\"authors\":\"Maria Helena Felicio Adriano, Luiz Henrique Milani Queriquelli\",\"doi\":\"10.11606/issn.2179-5487.v12i17p188492\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Este trabalho busca verificar e desdobrar a tese de que as personagens femininas da Eneida que extrapolam os limites desejáveis para o protótipo de uma romana ideal acabam malfadadas. Para tanto, em um primeiro momento, recupera no texto virgiliano a caracterização das personagens Cassandra, Pentesileia, Creúsa, Andrômaca, Dido, Sibila, Camila, Lavínia, Amata, Juturna, Juno, Vênus e Deiopeia. Em seguida, analisa, a partir da caracterização feita, se essas personagens: se enquadram no protótipo esperado; assumem virtudes reservadas apenas aos homens; apresentam vícios tipicamente atribuídos às mulheres; e acabam malfadadas ou não. As principais conclusões indicam que: (1) as personagens femininas na Eneida podem ter um destino ruim tanto por extrapolar os limites da feminilidade e invadir os domínios dos homens quanto por causa de vícios tipicamente atribuídos às mulheres; (2) invariavelmente, o retrato de todas as personagens femininas apresenta vícios tipicamente atribuídos às mulheres, o que indica que as mulheres, no ideário antigo representado pela Eneida, são essencialmente viciosas ou problemáticas; (3) as principais personagens divinas se assemelham às aristocratas romanas, isto é, as deusas agem como as aristocratas agiam na visão dos homens: são fúteis, vaidosas e avarentas e governam nos bastidores, na base de moeda sexual, intrigas, maquinaria e chantagem.\",\"PeriodicalId\":402463,\"journal\":{\"name\":\"Revista Angelus Novus\",\"volume\":\"47 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2021-12-15\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Revista Angelus Novus\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.11606/issn.2179-5487.v12i17p188492\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Angelus Novus","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.11606/issn.2179-5487.v12i17p188492","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Este trabalho busca verificar e desdobrar a tese de que as personagens femininas da Eneida que extrapolam os limites desejáveis para o protótipo de uma romana ideal acabam malfadadas. Para tanto, em um primeiro momento, recupera no texto virgiliano a caracterização das personagens Cassandra, Pentesileia, Creúsa, Andrômaca, Dido, Sibila, Camila, Lavínia, Amata, Juturna, Juno, Vênus e Deiopeia. Em seguida, analisa, a partir da caracterização feita, se essas personagens: se enquadram no protótipo esperado; assumem virtudes reservadas apenas aos homens; apresentam vícios tipicamente atribuídos às mulheres; e acabam malfadadas ou não. As principais conclusões indicam que: (1) as personagens femininas na Eneida podem ter um destino ruim tanto por extrapolar os limites da feminilidade e invadir os domínios dos homens quanto por causa de vícios tipicamente atribuídos às mulheres; (2) invariavelmente, o retrato de todas as personagens femininas apresenta vícios tipicamente atribuídos às mulheres, o que indica que as mulheres, no ideário antigo representado pela Eneida, são essencialmente viciosas ou problemáticas; (3) as principais personagens divinas se assemelham às aristocratas romanas, isto é, as deusas agem como as aristocratas agiam na visão dos homens: são fúteis, vaidosas e avarentas e governam nos bastidores, na base de moeda sexual, intrigas, maquinaria e chantagem.