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Visitar museus: um hábito socialmente construído e desconhecido pelos turistas
Esta pesquisa está ancorada na hipótese de que os museus franceses, equipamentos inseridos nos roteiros turísticos e culturais, produzem exposições temporárias, que, de maneira geral, não atraem tanto a atenção dos turistas de massa, mas sim dos moradores locais e dos turistas franceses, que buscam apreciar e conhecer, de uma só vez, um conjunto de obras. O objetivo deste artigo é compreender como essa dinâmica de visitação de exposições temporárias em museus é socialmente construída. Para tanto, olha para a realidade parisiense (uma das mais significativas do mundo em termos de atividades museais) e busca identificar o perfil majoritário do público das exposições temporárias realizadas nos anos de 2017, 2018 e 2019. O estudo fez uso da pesquisa de natureza qualitativa, do tipo descritiva, utilizando como técnica a observação sistemática/participante, com o objetivo de identificar faixa etária, nacionalidade, gênero, interesse explicitado pelas obras, participação em visitas mediadas e uso de áudio guias, pelo público visitante dessas exposições. Como base teórica, buscou-se respaldo em autores que discutem, principalmente, a presença dos públicos nos museus, a tipologia de públicos e os hábitos de frequentação em museus. Constatou-se que o frequentador das exposições temporárias, interessado em conhecer mais sobre arte e história, é o próprio cidadão francês, parisiense ou não e, sobretudo, com idade acima de 60 anos.