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O POLÍTICO E O POÉTICO EM ALBERT CAMUS E ÉDOUARD GLISSANT
Ao longo da carreira de Albert Camus, é possível identificar diversos momentos de intervenção nos assuntos políticos da Argélia. Seus principais escritos sobre a questão foram reunidos em Crônicas argelinas, obra na qual se encontram mais de vinte anos de luta por uma relação de justiça, dignidade e paz entre metrópole e colônia. Esse seu posicionamento se alinha a uma proposta mais recente presente em alguns ensaios do filósofo martinicano Édouard Glissant. Sua concepção a respeito da função do artista ante os conflitos do mundo encontra em Camus uma de suas inspirações, como ele mesmo afirma na entrevista “Solitário e Solidário”. O presente artigo propõe portanto uma leitura de Crônicas argelinas a partir de um diálogo com o pensamento de Glissant, com maior enfoque para sua aproximação entre o político e o poético.