{"title":"促进好奇心:将葡萄牙引入批判理论","authors":"B. Rocha","doi":"10.23906/ri2022.73r01","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Em 2019, estudiosos das Relações Internacionais (ri) celebraram o centenário da criação da primeira cátedra em Política Internacional na Universidade de Aberystwyth. Desde esta relativa autonomização face à Ciência Política, as ri têm vindo a experienciar diferentes debates, diversas viragens e a emergência de novas escolas de reflexão que contestam as suas bases ontológicas, epistemológicas e metodológicas. Todavia, o envolvimento nestas discussões tem sido geograficamente desigual. Existem espaços epistémicos, como as academias canadiana ou brasileira, que estão engajados na produção deste pluralismo teórico, e outros espaços que permanecem distanciados da discussão, como o caso da academia portuguesa, cuja participação nesta produção é rara, vingando, ao invés, uma geral adesão dóxica às abordagens ditas mainstream das ri. Neste sentido, a obra Emancipar o Mundo: Teoria Crítica e Relações Internacionais é um passo necessário, que tarda, para o maior envolvimento da academia portuguesa na construção do pluralismo em ri. Na Introdução, José Manuel Pureza e Marcos Farias Ferreira explicam que o objetivo do estudo é «da[r] voz a uma leitura do mundo inconformada com as relações de poder que o habitam e com a teoria que as legitima» (p. 22). Propõem, por isso, um terreno comum para as abordagens críticas e que pode ser usado como referente de crítica: os trabalhos da Escola de Frankfurt, o eixo Cox-Linklater, o nexo distribuição-reconhecimento, a ideia da possibilidade imanente de mudança social e resistência, e o fim de revelar estruturas de dominação, exclusão, privilégio e discriminação na ordem mundial. No capítulo 1, André Saramago recupera as noções de «orientação» e «cosmopolitismo», sugerindo que a crescente interR E C E N S Ã O","PeriodicalId":351727,"journal":{"name":"Relações Internacionais","volume":"34 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-03-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Promover a curiosidade: Introduzindo Portugal à Teoria Crítica\",\"authors\":\"B. Rocha\",\"doi\":\"10.23906/ri2022.73r01\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Em 2019, estudiosos das Relações Internacionais (ri) celebraram o centenário da criação da primeira cátedra em Política Internacional na Universidade de Aberystwyth. Desde esta relativa autonomização face à Ciência Política, as ri têm vindo a experienciar diferentes debates, diversas viragens e a emergência de novas escolas de reflexão que contestam as suas bases ontológicas, epistemológicas e metodológicas. Todavia, o envolvimento nestas discussões tem sido geograficamente desigual. Existem espaços epistémicos, como as academias canadiana ou brasileira, que estão engajados na produção deste pluralismo teórico, e outros espaços que permanecem distanciados da discussão, como o caso da academia portuguesa, cuja participação nesta produção é rara, vingando, ao invés, uma geral adesão dóxica às abordagens ditas mainstream das ri. Neste sentido, a obra Emancipar o Mundo: Teoria Crítica e Relações Internacionais é um passo necessário, que tarda, para o maior envolvimento da academia portuguesa na construção do pluralismo em ri. Na Introdução, José Manuel Pureza e Marcos Farias Ferreira explicam que o objetivo do estudo é «da[r] voz a uma leitura do mundo inconformada com as relações de poder que o habitam e com a teoria que as legitima» (p. 22). Propõem, por isso, um terreno comum para as abordagens críticas e que pode ser usado como referente de crítica: os trabalhos da Escola de Frankfurt, o eixo Cox-Linklater, o nexo distribuição-reconhecimento, a ideia da possibilidade imanente de mudança social e resistência, e o fim de revelar estruturas de dominação, exclusão, privilégio e discriminação na ordem mundial. No capítulo 1, André Saramago recupera as noções de «orientação» e «cosmopolitismo», sugerindo que a crescente interR E C E N S Ã O\",\"PeriodicalId\":351727,\"journal\":{\"name\":\"Relações Internacionais\",\"volume\":\"34 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-03-01\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Relações Internacionais\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.23906/ri2022.73r01\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Relações Internacionais","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.23906/ri2022.73r01","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
摘要
2019年,国际关系学者(ir)庆祝了阿伯里斯特威斯大学(Aberystwyth university)第一个国际政治主席成立100周年。自从这种相对自主的政治科学以来,ir经历了不同的辩论,不同的转变和新的反思流派的出现,挑战其本体论、认识论和方法论基础。然而,参与这些讨论在地理上是不平等的。有一些认识论空间,如加拿大或巴西的学院,参与了这种理论多元化的产生,而其他空间仍然远离讨论,如葡萄牙的学院,其参与这种生产是罕见的,相反,对所谓的ir主流方法的普遍坚持。从这个意义上说,《解放世界:批判理论与国际关系》一书是葡萄牙学术界更大程度参与国际关系多元化建设的必要步骤。在导言中,jose Manuel Pureza和Marcos Farias Ferreira解释说,这项研究的目的是“从声音到对世界的解读,与居住在其中的权力关系和使它们合法化的理论不一致”(第22页)。计划,所以一个共识的关键方法,可以作为在评论:法兰克福学派的工作,考克斯-Linklater轴的分布识别可能的内在的社会变革和耐力,揭示结构的末日,歧视排斥、特权和统治秩序的世界。在第一章中,andre Saramago恢复了“取向”和“世界主义”的概念,认为日益增长的interR和C
Promover a curiosidade: Introduzindo Portugal à Teoria Crítica
Em 2019, estudiosos das Relações Internacionais (ri) celebraram o centenário da criação da primeira cátedra em Política Internacional na Universidade de Aberystwyth. Desde esta relativa autonomização face à Ciência Política, as ri têm vindo a experienciar diferentes debates, diversas viragens e a emergência de novas escolas de reflexão que contestam as suas bases ontológicas, epistemológicas e metodológicas. Todavia, o envolvimento nestas discussões tem sido geograficamente desigual. Existem espaços epistémicos, como as academias canadiana ou brasileira, que estão engajados na produção deste pluralismo teórico, e outros espaços que permanecem distanciados da discussão, como o caso da academia portuguesa, cuja participação nesta produção é rara, vingando, ao invés, uma geral adesão dóxica às abordagens ditas mainstream das ri. Neste sentido, a obra Emancipar o Mundo: Teoria Crítica e Relações Internacionais é um passo necessário, que tarda, para o maior envolvimento da academia portuguesa na construção do pluralismo em ri. Na Introdução, José Manuel Pureza e Marcos Farias Ferreira explicam que o objetivo do estudo é «da[r] voz a uma leitura do mundo inconformada com as relações de poder que o habitam e com a teoria que as legitima» (p. 22). Propõem, por isso, um terreno comum para as abordagens críticas e que pode ser usado como referente de crítica: os trabalhos da Escola de Frankfurt, o eixo Cox-Linklater, o nexo distribuição-reconhecimento, a ideia da possibilidade imanente de mudança social e resistência, e o fim de revelar estruturas de dominação, exclusão, privilégio e discriminação na ordem mundial. No capítulo 1, André Saramago recupera as noções de «orientação» e «cosmopolitismo», sugerindo que a crescente interR E C E N S Ã O