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Tocar o Futuro em seu Lado de Cá: tradução em Sandra Mara Corazza
RESUMO Na geografia do pensamento de Sandra Mara Corazza, a tradução constitui um entre-lugar de apropriação e recuperação poética da tradição. Estruturada desde Walter Benjamin, Paul Valéry, Jacques Derrida, Haroldo de Campos, entre outros, a noção é um desdobramento crítico da escrileitura, neologismo que nomeia um modo transcriador de ler e reescrever elementos originais científicos, filosóficos, artísticos, na língua curricular e didática. O vínculo entre tradução e escrileitura se estabelece por montagens alegóricas de diferentes tempos e usos do signo na operação do texto e ocasião da aula. Esse saber-fazer peculiar, chamado didática-artista da tradução, sugere uma imagem docente sempre em via de fazer-se, continuamente reimaginada pelo presente da criação. Assim como as matérias de seu ofício, a didática-artista vive e adquire mais vida em transcriação, condição que faz de seu dever-traduzir um compromisso ético e político de diferenciar, diferenciando-se. Na vida/obra de Sandra, o encontro contém a ruptura, um modo de tocar o futuro em seu lado de cá.