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A trajetória arqueológica de Michel Foucault: caminhos possíveis
Resumo: O artigo é uma retomada da trajetória arqueológica de Michel Foucault e ao mesmo tempo uma homenagem aos 60 anos da História da Loucura, o livro inaugural desse percurso. Trata-se de um recorte em torno do tipo de história empreendido pelo autor, a arqueologia do saber, que consiste em fazer uma escavação dos diferentes discursos acerca da loucura, da medicina, da linguagem, das riquezas e da vida, desde o renascimento até à modernidade, a fim de analisar o modo como a sociedade ocidental, para fazer valer a sua razão, estabelecer a sua moral e impor a sua ordem, precisou afastar para longe tudo aquilo que representava o desconhecido, o diferente, o outro, enfim, a experiência outra. No entanto, tal experiência, na perspectiva foucaultiana, não deixou de permanecer viva, por debaixo da história, como uma espécie de clamor pela liberdade, pelo pensamento de fora, através de uma linguagem estrangeira, plural, revolucionária, que ele encontra na literatura e num certo tipo de filosofia.