Janaína Soares Martins Lapuente, G. Porto, Mauro Augusto Burkert Del Pino, Simone Gonçalves da Silva
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Recorrendo à análise documental e à análise temática de conteúdo, com o aporte da abordagem do ciclo de políticas, examina os documentos e a versão on-line do Programa Tempo de Aprender, categorizando o que prescrevem sobre a leitura, a compreensão e produção de textos escritos, evidenciando os pressupostos da política e suas estratégias. Apesar do propósito anunciado pela PNA de enfrentar as principais causas das deficiências da alfabetização no país, a pesquisa constata que a alquimia de transformar a ciência baseada em evidências em um discurso revestido de uma verdade inquestionável subtrai a realidade objetiva da educação brasileira. A operação de atribuir a um método a salvação de um processo complexo, como a alfabetização, desconsidera os contextos sociais, econômicos e culturais, o que contribui para a produção de uma geração funcional ao sistema produtivo capitalista atual, baseado na financeirização, no controle e regulação, na desregulamentação e na precarização da formação e do trabalho docente, o que desafia a democracia e a inclusão social.","PeriodicalId":131472,"journal":{"name":"Revista Eletrônica de Educação","volume":"43 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-04-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"A Política Nacional de Alfabetização e a produção da nova geração: um campo de disputa\",\"authors\":\"Janaína Soares Martins Lapuente, G. 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A Política Nacional de Alfabetização e a produção da nova geração: um campo de disputa
O artigo apresenta uma análise da política de alfabetização instituída pelo governo federal, tomando como referência a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a Política Nacional de Alfabetização (PNA) e o Programa Tempo de Aprender, com objetivo de compreender como esses textos se articulam visando implementar um projeto político neoliberal e conservador e constituir uma determinada criança alfabetizada. A política formulada por meio do Ministério da Educação pretende melhorar os processos de alfabetização através da ciência cognitiva e de evidências sobre como as pessoas aprendem a ler e a escrever. Recorrendo à análise documental e à análise temática de conteúdo, com o aporte da abordagem do ciclo de políticas, examina os documentos e a versão on-line do Programa Tempo de Aprender, categorizando o que prescrevem sobre a leitura, a compreensão e produção de textos escritos, evidenciando os pressupostos da política e suas estratégias. Apesar do propósito anunciado pela PNA de enfrentar as principais causas das deficiências da alfabetização no país, a pesquisa constata que a alquimia de transformar a ciência baseada em evidências em um discurso revestido de uma verdade inquestionável subtrai a realidade objetiva da educação brasileira. A operação de atribuir a um método a salvação de um processo complexo, como a alfabetização, desconsidera os contextos sociais, econômicos e culturais, o que contribui para a produção de uma geração funcional ao sistema produtivo capitalista atual, baseado na financeirização, no controle e regulação, na desregulamentação e na precarização da formação e do trabalho docente, o que desafia a democracia e a inclusão social.