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Cronologicamente, a narrativa de Carolina Maria de Jesus vem a tona em um momento instigante da historia brasileira em que lutas se estabelecem tanto no campo social, politico, economico se estendendo, sobretudo, no campo cultural. Seu grande sucesso Quarto de despejo (1960) revela um discurso em que se expoe a identidade ameacada de uma mulher negra e moradora de favela, que se entende como poetisa e artista, vivendo em universo atribulado pelos insultos da fome e da miseria. Sua narrativa se apresenta como um denso material sociologico que ganhou notoriedade em um tempo em que o mundo da favela era desconhecido e intencionalmente oculto. Seu relato contundente do locus de onde fala se coaduna as correntes teoricas pos-estruturalistas que permitem discussoes sobre outros discursos que se encontravam anteriormente a margem. O trabalho que se procura efetuar com a obra da escritora Carolina Maria de Jesus incide na iminencia de que mais professores, alunos e comunidade escolar redescubram sua obra, a fim de que sua identidade nao corra risco de ser ofuscada por um discurso hegemonico que privilegia certas castas e deslegitima determinados sujeitos sociais.","PeriodicalId":448814,"journal":{"name":"Avaliação, Políticas e Expansão da Educação Brasileira 7","volume":"5 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2016-06-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"IDENTIDADES EM RISCO: O DISCURSO DISSONANTE DE CAROLINA MARIA DE JESUS\",\"authors\":\"S. 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IDENTIDADES EM RISCO: O DISCURSO DISSONANTE DE CAROLINA MARIA DE JESUS
Este trabalho tem como interesse auscultar as implicacoes de uma literatura tida como menor que vem ganhando espacos de intermediacao no cenario nacional. Esse processo se reflete a partir de algumas terminologias utilizadas por autores que se referem a esse procedimento como as lutas por autonomia dentro de determinado campo literario. (BOURDIEU, 1996, p.63). O interesse de analise se fixa em outras vozes dissonantes que circulam dentro do mercado dos bens simbolicos. A emergencia do discurso de Carolina Maria de Jesus, escritora mineira, e uma insignia desses novos tempos, em que se permite conhecer uma voz que se manifesta no intuito de re-historicizar o momento de emergencia do signo , a questao do sujeito ou a construcao discursiva da realidade social. (BHABHA, 2013, p.66). Cronologicamente, a narrativa de Carolina Maria de Jesus vem a tona em um momento instigante da historia brasileira em que lutas se estabelecem tanto no campo social, politico, economico se estendendo, sobretudo, no campo cultural. Seu grande sucesso Quarto de despejo (1960) revela um discurso em que se expoe a identidade ameacada de uma mulher negra e moradora de favela, que se entende como poetisa e artista, vivendo em universo atribulado pelos insultos da fome e da miseria. Sua narrativa se apresenta como um denso material sociologico que ganhou notoriedade em um tempo em que o mundo da favela era desconhecido e intencionalmente oculto. Seu relato contundente do locus de onde fala se coaduna as correntes teoricas pos-estruturalistas que permitem discussoes sobre outros discursos que se encontravam anteriormente a margem. O trabalho que se procura efetuar com a obra da escritora Carolina Maria de Jesus incide na iminencia de que mais professores, alunos e comunidade escolar redescubram sua obra, a fim de que sua identidade nao corra risco de ser ofuscada por um discurso hegemonico que privilegia certas castas e deslegitima determinados sujeitos sociais.