{"title":"过去的持久性和国家项目的不存在","authors":"Sérgio Ricardo Rodrigues Castilho","doi":"10.55847/artifices.v1i1.785","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O artigo toma duas análises clássicas - feitas por Caio Prado Júnior (“A formação do Brasil contemporâneo” de 1943) e Celso Furtado (“Formação econômica do Brasil”, 1959) - para pensar a permanência do passado e as causas da inexistência de um projeto efetivo de emancipação do país. Os dois livros, não obstante suas diferenças, confluem para o mesmo diagnóstico de um modelo econômico e social voltado “para fora” (mesmo a formação de um “mercado interno”, a partir da década de 30 do século XX, não irá alterar tal direção geral), isto é, a Europa e, em seguida, os EUA. O Brasil atual possui muitos pontos de continuidade com aquele diagnóstico. Ao não atacar as causas profundas da permanência do passado – enormes desigualdades sociais, violência sistemática contra os pobres, os negros e as mulheres, desrespeito aos direitos dos povos originários, inexistência de serviços públicos universais, entre outros – estamos condenados a repetição do fracasso.","PeriodicalId":218245,"journal":{"name":"Revista Acadêmica em Humanidades","volume":"12 8","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-12-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"PERMANÊNCIA DO PASSADO E A INEXISTÊNCIA DE UM PROJETO DE PAÍS\",\"authors\":\"Sérgio Ricardo Rodrigues Castilho\",\"doi\":\"10.55847/artifices.v1i1.785\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O artigo toma duas análises clássicas - feitas por Caio Prado Júnior (“A formação do Brasil contemporâneo” de 1943) e Celso Furtado (“Formação econômica do Brasil”, 1959) - para pensar a permanência do passado e as causas da inexistência de um projeto efetivo de emancipação do país. Os dois livros, não obstante suas diferenças, confluem para o mesmo diagnóstico de um modelo econômico e social voltado “para fora” (mesmo a formação de um “mercado interno”, a partir da década de 30 do século XX, não irá alterar tal direção geral), isto é, a Europa e, em seguida, os EUA. O Brasil atual possui muitos pontos de continuidade com aquele diagnóstico. Ao não atacar as causas profundas da permanência do passado – enormes desigualdades sociais, violência sistemática contra os pobres, os negros e as mulheres, desrespeito aos direitos dos povos originários, inexistência de serviços públicos universais, entre outros – estamos condenados a repetição do fracasso.\",\"PeriodicalId\":218245,\"journal\":{\"name\":\"Revista Acadêmica em Humanidades\",\"volume\":\"12 8\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2020-12-14\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Revista Acadêmica em Humanidades\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.55847/artifices.v1i1.785\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Acadêmica em Humanidades","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.55847/artifices.v1i1.785","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
PERMANÊNCIA DO PASSADO E A INEXISTÊNCIA DE UM PROJETO DE PAÍS
O artigo toma duas análises clássicas - feitas por Caio Prado Júnior (“A formação do Brasil contemporâneo” de 1943) e Celso Furtado (“Formação econômica do Brasil”, 1959) - para pensar a permanência do passado e as causas da inexistência de um projeto efetivo de emancipação do país. Os dois livros, não obstante suas diferenças, confluem para o mesmo diagnóstico de um modelo econômico e social voltado “para fora” (mesmo a formação de um “mercado interno”, a partir da década de 30 do século XX, não irá alterar tal direção geral), isto é, a Europa e, em seguida, os EUA. O Brasil atual possui muitos pontos de continuidade com aquele diagnóstico. Ao não atacar as causas profundas da permanência do passado – enormes desigualdades sociais, violência sistemática contra os pobres, os negros e as mulheres, desrespeito aos direitos dos povos originários, inexistência de serviços públicos universais, entre outros – estamos condenados a repetição do fracasso.