Cláudia Rebouças da Silva, Elizabeth Amélia Alves Duarte
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Abstract
Na microbiota vaginal humana coabitam fungos e bactérias, principalmente Lactobacillus spp. que são fundamentais para o equilíbrio do trato reprodutor feminino. Dinâmicas populacionais dessa microbiota oportunizam as vaginites e vaginoses que respondem por 90% do corrimento vaginal, sintomatologia típica em ambas as patologias. Entretanto, na vaginite ocorre inflamação por predominância de Escherichia coli, Streptococcus agalactiae e S. aureus e a vaginose bacteriana (VB) é causada por Gardnerella vaginalis (caracterizada pelo ‘odor de peixe podre’). Ambas são diagnosticadas pelo exame citopatológico ‘Papanicolaou’ e tratadas com antibióticos, mas as recidivas têm ampliado a automedicação e, por conseguinte, a resistência aos antimicrobianos. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi verificar a incidência de infeções por G. vaginalis em mulheres sexualmente ativas, a partir de laudos citológicos de dois laboratórios privados de duas cidades da Bahia, Brasil. Os 345 laudos citológicos eletivos neste estudo permitiram categorizar a microbiota total das pacientes em ‘normal’ (211 laudos), com predominância de Lactobacillus spp. e ‘alterada’ (134 laudos), com presença de G. vaginalis, Candida vaginalis e Trichomonas vaginalis. Considerando o período da pesquisa em pré-pandêmico (de janeiro a dezembro de 2019) e pandêmico (janeiro de 2020 até março de 2021), houve redução de 32,22% de laudos, com incidência de VB entre mulheres de 20 a 41 anos (20,32%), em ambos os laboratórios incluídos na pesquisa, durante a pandemia por COVID-19. Entretanto a frequência de laudos positivos para G. vaginalis aumentou em 17.97%. Estes resultados são fundamentais para farmacoterapia adequada de VB, associando a antibioticoterapia a recomposição dos Lactobacillus spp..