{"title":"OS DENTES DA MULTIDÃO: UMA ARQUEGENEALOGIA DO RISO","authors":"Daniel Perico Graciano, C. Santos","doi":"10.15210/cdl.v0i43.21844","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Realizamos uma breve reflexão acerca do riso como forma de enunciado comandado por interesses político-econômicos que regem as relações de poder desde o período de consolidação do cristianismo no Império Romano até a atualidade. As proibições do riso ao longo desse período se manifestam como função enunciativa de um dispositivo estratégico do poder pastoral, a partir de arranjos de linhas de forças que instauram programas de verdade. As reflexões presentes neste artigo têm por pretensão realizar uma análise arquegenealógica pautada no pensamento de Michel Foucault, a fim de apreender, identificar e descrever alguns dos arranjos que emergem das relações de poder expressas na historicidade da forma de enunciar em questão. Para isso, traçamos uma história de forma a concebe-la como um problema ou um conjunto de questões, rompendo com uma concepção linear e teleológica, a partir de enunciados que evidenciam a relação entre riso, poder e resistência. Elaboramos, dessa forma, ainda que brevemente, um histórico das práticas discursivas das quais emergem a produção de subjetividades dóceis condizentes com as necessidades de manutenção do poder político e econômico associado ao dispositivo religioso. ","PeriodicalId":31707,"journal":{"name":"Caderno de Letras","volume":"51 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-09-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Caderno de Letras","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.15210/cdl.v0i43.21844","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Realizamos uma breve reflexão acerca do riso como forma de enunciado comandado por interesses político-econômicos que regem as relações de poder desde o período de consolidação do cristianismo no Império Romano até a atualidade. As proibições do riso ao longo desse período se manifestam como função enunciativa de um dispositivo estratégico do poder pastoral, a partir de arranjos de linhas de forças que instauram programas de verdade. As reflexões presentes neste artigo têm por pretensão realizar uma análise arquegenealógica pautada no pensamento de Michel Foucault, a fim de apreender, identificar e descrever alguns dos arranjos que emergem das relações de poder expressas na historicidade da forma de enunciar em questão. Para isso, traçamos uma história de forma a concebe-la como um problema ou um conjunto de questões, rompendo com uma concepção linear e teleológica, a partir de enunciados que evidenciam a relação entre riso, poder e resistência. Elaboramos, dessa forma, ainda que brevemente, um histórico das práticas discursivas das quais emergem a produção de subjetividades dóceis condizentes com as necessidades de manutenção do poder político e econômico associado ao dispositivo religioso.