{"title":"Decolonizar a educação desde o tópos da terra e da coletividade nas filosofias de Rodolfo Kusch e Ailton Krenak","authors":"Dulcelene Ceccato","doi":"10.14201/aula202228189202","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O artigo é uma reflexão crítica sobre o paradigma do pensamento, da linguagem e dos métodos da produção filosófica sul americana, em linha, todavia, com uma epistemologia euro-anglocêntrica que retroalimenta, perpetua e inova a colonialidade contemporânea, em detrimento do modus vivendi, dos temas e das problemáticas próprias dos povos do continente. Para tal, partimos da hermenêutica de dois elementos considerados originários e perduráveis na vida dos povos sul americanos: a ‘Terra’ e a’ Coletividade’, formulados também com o termo ‘Estar’ em substituição ao ‘Ser’, os quais são abordados filosoficamente por dois pensadores, Rodolfo Kusch e Ailton Krenak. Apesar de pertencerem a diferentes épocas, eles enunciam que a terra e a coletividade, com os seus significados e legados ancestrais, formam uma irredutível e persistente resistência à ocidentalização das culturas marginais. Em base à interpretação deste tópos: a terra e a coletividade e seus significados, passamos a inferir criticamente sobre os princípios educacionais em curso e a urgência de superar as colonialidades veladas que pervadem seus fundamentos alinhados aos anseios mercadológicos, buscando, por fim, recuperar a perspectiva ética e intercultural de convivência, tanto entre os povos quanto com as constelações de viventes, como uma contrapartida ao modelo usurpador dos recursos, imposto pelo mercado global.","PeriodicalId":29719,"journal":{"name":"Aula Orientalis","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2022-06-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Aula Orientalis","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.14201/aula202228189202","RegionNum":4,"RegionCategory":"历史学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"ARCHAEOLOGY","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
O artigo é uma reflexão crítica sobre o paradigma do pensamento, da linguagem e dos métodos da produção filosófica sul americana, em linha, todavia, com uma epistemologia euro-anglocêntrica que retroalimenta, perpetua e inova a colonialidade contemporânea, em detrimento do modus vivendi, dos temas e das problemáticas próprias dos povos do continente. Para tal, partimos da hermenêutica de dois elementos considerados originários e perduráveis na vida dos povos sul americanos: a ‘Terra’ e a’ Coletividade’, formulados também com o termo ‘Estar’ em substituição ao ‘Ser’, os quais são abordados filosoficamente por dois pensadores, Rodolfo Kusch e Ailton Krenak. Apesar de pertencerem a diferentes épocas, eles enunciam que a terra e a coletividade, com os seus significados e legados ancestrais, formam uma irredutível e persistente resistência à ocidentalização das culturas marginais. Em base à interpretação deste tópos: a terra e a coletividade e seus significados, passamos a inferir criticamente sobre os princípios educacionais em curso e a urgência de superar as colonialidades veladas que pervadem seus fundamentos alinhados aos anseios mercadológicos, buscando, por fim, recuperar a perspectiva ética e intercultural de convivência, tanto entre os povos quanto com as constelações de viventes, como uma contrapartida ao modelo usurpador dos recursos, imposto pelo mercado global.