A Educação do Campo como enfrentamento à colonialidade no Brasil

Júlio César Barroso Pacheco, L. Ribeiro, E. D. Almada
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Abstract

O campo brasileiro se constituiu por meio de tensionamentos históricos que repercutiram em toda nossa organização social como país. Ele foi estruturado na colonialidade que configurou o lugar social em que os territórios e povos camponeses foram posicionados. O objetivo desse ensaio é, portanto, de discutir a relação da Educação do Campo com o enfrentamento da colonialidade. As lutas pelo direito à educação trouxeram a afirmação do campo como território de sujeitos de direito, ao contrário da colonialidade que marginalizou em sua racionalidade moderna os grupos humanos não-brancos e os territórios rurais. Quando já no século XX também os países latinos americanos fizeram sua inserção nos novos arranjos capitalistas, os territórios rurais e suas populações permaneceram associados ao atraso e à ignorância já que o pretendido desenvolvimento e modernização estiveram concentrados na industrialização urbana pela via dependente e subordinada aos interesses dos países centrais. E é aqui o ponto central de disputas assumidos pela Educação do Campo. Ela luta pelo direito à educação, mas associada ao conjunto dos demais direitos que exigem um novo lugar social, político, cultural e econômico dos sujeitos e territórios camponeses. Assim, ela reposiciona o projeto de país e de sociedade brasileira considerando a relevância camponesa em sua constituição e, dessa forma, se faz resistência à colonialidade historicamente estruturante das sociedades latino americanas.
农村教育作为对巴西殖民主义的对抗
巴西农村是通过历史紧张局势形成的,这些紧张局势对我们作为一个国家的整个社会组织产生了影响。它是建立在殖民主义的基础上的,殖民主义塑造了领土和农民所处的社会环境。因此,本文的目的是探讨农村教育与对抗殖民主义的关系。争取受教育权的斗争使该领域成为法律主体的领土,而殖民主义在其现代理性中边缘化了非白人人类群体和农村地区。到了20世纪拉丁美洲国家也插入了资本主义在新的安排,相关的农村地区和民众仍然落后和无知和现代化发展目标集中在了城市工业化的路径依赖、核心国家利益。这是农村教育争论的焦点。它为受教育权而斗争,但与其他要求农民主体和领土在社会、政治、文化和经济方面具有新的地位的权利相联系。因此,它重新定位了国家和巴西社会的项目,考虑到农民在其宪法中的重要性,从而抵抗了拉丁美洲社会的历史结构殖民主义。
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