{"title":"Do cômico ao trágico em três páginas:","authors":"Diego Gomes do Valle","doi":"10.5752/p.2358-3428.2022v26n56p145-154","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente artigo analisa a peça O Santo e a Porca, de Ariano Suassuna, particularmente dando importância a seu protagonista, Euricão. Temos em tal personagem a representação cômica do avarento, daquele que sacrificou todos os luxos materiais em nome desse amor desordenado por uma porca repleta de dinheiro. A peça se encaminha tipicamente como uma comédia de erros, até que Euricão descobre estarem sem valor as notas. Nesse momento, o absurdo e a ausência de sentido da vida surgem diante do personagem, alçando-o a um patamar trágico, justamente nas três páginas finais. Para uma compreensão teórica desse périplo, especialmente Aristóteles, Frye, Jaeger e Camus nos serão úteis, pois tratam dos modos cômico e trágico a partir de perspectivas variadas e complementares. Almejamos, assim, trazer uma leitura que valorize as discussões provocadas pelo personagem central da peça e que prolongue seu alcance, especialmente no que se refere à questão mais importante da filosofia tradicional: o problema do mal e do sofrimento humano.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"14 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-11-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Scripta Alumni","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2022v26n56p145-154","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O presente artigo analisa a peça O Santo e a Porca, de Ariano Suassuna, particularmente dando importância a seu protagonista, Euricão. Temos em tal personagem a representação cômica do avarento, daquele que sacrificou todos os luxos materiais em nome desse amor desordenado por uma porca repleta de dinheiro. A peça se encaminha tipicamente como uma comédia de erros, até que Euricão descobre estarem sem valor as notas. Nesse momento, o absurdo e a ausência de sentido da vida surgem diante do personagem, alçando-o a um patamar trágico, justamente nas três páginas finais. Para uma compreensão teórica desse périplo, especialmente Aristóteles, Frye, Jaeger e Camus nos serão úteis, pois tratam dos modos cômico e trágico a partir de perspectivas variadas e complementares. Almejamos, assim, trazer uma leitura que valorize as discussões provocadas pelo personagem central da peça e que prolongue seu alcance, especialmente no que se refere à questão mais importante da filosofia tradicional: o problema do mal e do sofrimento humano.