G. C. Rosa, Ana Paula Martinez Duboc, Sávio Siqueira
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Abstract
O componente curricular ‘Língua Inglesa’ da 3ª versão da Base Nacional Comum Curricular Ensino Fundamental (BNCC), publicada em 2017, fundamenta-se no conceito de Inglês como Língua Franca (ILF) (BRASIL, 2017b). Entretanto, o conceito não estava presente nas versões anteriores do documento, uma vez que o próprio componente específico para esse idioma ainda não existia, sendo precedido pelo componente ‘Língua Estrangeira Moderna’. A instauração da obrigatoriedade do inglês e o aparecimento do conceito de ILF na última versão da BNCC faz com que tenhamos a impressão de que ele “caiu praticamente de paraquedas” no referido documento (DUBOC, 2019). Partindo de um recorte de uma pesquisa de mestrado (ROSA, 2021), este artigo busca desenvolver um exercício genealógico a fim de analisar como se deu a inserção do conceito de ILF na BNCC. Inspirados no paradigma indiciário (GINZBURG, 1989), adotamos um método interpretativo voltado para os detalhes, buscando pistas, indícios e rastros considerados reveladores. Com esse olhar, pretendemos identificar os agentes, as forças e as lutas que operaram no campo curricular (BOURDIEU, 2004), através da análise do contexto social e político do período de publicação da BNCC, do componente curricular em questão e dos pareceres de leitores críticos da área enviados ao Ministério da Educação (MEC). A análise indica a polissemia da expressão “cair de paraquedas”. A depender da perspectiva que adotamos, a presença do ILF na BNCC se deu tanto de forma repentina, como a própria expressão sugere, como de forma intencional, para refratar o caráter padronizador dessa política educacional.