{"title":"O perdigoto e o Sars-Cov-2: a voz em mundos pós-humanos","authors":"Nathalia Muller Camozzato","doi":"10.4025/actascilangcult.v44i1.58769","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Busca-se, em diálogo com as chamadas perspectivas pós-humanistas, com as teorias do discurso e a par dos efeitos da pandemia Sars-CoV-2, descrever a emergência de uma nova cartografia para a voz, como um complexo semiótico-discursivo-material interespécie que desafia o estatuto do humano tal como produzido pela modernidade europeia. Para tanto, a partir de um arcabouço foucaultiano e dos conceitos baradianos de agência e de intra-ação, propõe-se que a coexistência entre humanos e o vírus Sars-CoV-2, ao produzir uma pandemia, fez emergir novos regimes de inteligibilidade, visibilidade e audibilidade para a voz que, por sua vez, requisitam uma revisão epistemológica que considere a presença, a vulnerabilidade dos corpos e a assimétrica distribuição de escuta, de vida e de morte. Assume-se, finalmente, a viragem ética que a voz solicita no âmbito das relações corpo a corpo, em sua materialidade e discursividade, de toda forma, embate de lutas, que caracteriza a vida e as relações interespécie na Terra.","PeriodicalId":38982,"journal":{"name":"Acta Scientiarum Language and Culture","volume":"44 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-05-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"1","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Acta Scientiarum Language and Culture","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.4025/actascilangcult.v44i1.58769","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q3","JCRName":"Arts and Humanities","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Busca-se, em diálogo com as chamadas perspectivas pós-humanistas, com as teorias do discurso e a par dos efeitos da pandemia Sars-CoV-2, descrever a emergência de uma nova cartografia para a voz, como um complexo semiótico-discursivo-material interespécie que desafia o estatuto do humano tal como produzido pela modernidade europeia. Para tanto, a partir de um arcabouço foucaultiano e dos conceitos baradianos de agência e de intra-ação, propõe-se que a coexistência entre humanos e o vírus Sars-CoV-2, ao produzir uma pandemia, fez emergir novos regimes de inteligibilidade, visibilidade e audibilidade para a voz que, por sua vez, requisitam uma revisão epistemológica que considere a presença, a vulnerabilidade dos corpos e a assimétrica distribuição de escuta, de vida e de morte. Assume-se, finalmente, a viragem ética que a voz solicita no âmbito das relações corpo a corpo, em sua materialidade e discursividade, de toda forma, embate de lutas, que caracteriza a vida e as relações interespécie na Terra.