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Abstract
Neste artigo, propõe-se uma reflexão a respeito das relações entre natureza e sociedade a partir da leitura de poemas selecionados de Poesias, de Dante Milano (1979), especialmente da peça ‘Jardim público’. Assumindo como referência a crítica à racionalidade moderna formulada por Adorno e Horkheimer (1985), segundo a qual a razão esclarecida procurou desencantar o mundo, dominando e subjugando o supostamente ameaçador mundo natural, procura-se meditar de que maneira em uma obra produzida por um poeta moderno/modernista brasileiro (de uma modernidade incompleta e periférica) essa crítica é particularizada. Para tanto, além dos autores da Teoria Crítica, fundamentam o estudo autores como Ulpiano Meneses, Octavio Paz, Jeanne Marie Gagnebin, Paul Ricoeur, entre outros. A leitura dos poemas, conforme a perspectiva assumida, indica que uma das forças da obra milaniana é a problematização da relação entre homem e natureza. Percebeu-se que as tensões resultantes da cisão entre homem e natureza não escamoteiam as consequências trágicas desse processo e frequentemente apontam para a assunção de uma voz crítica que irrompe no animismo da natureza e na denúncia da reificação do homem. Neste estudo, estruturado em três partes intituladas ‘Das imagens e das paisagens’, ‘O jardim como paisagem cultural’ e ‘Um ‘jardim’ de memórias’, aponta-se, ainda, a conservação de elementos do mundo empírico na fatura dos poemas.