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Abstract
Este estudo problematiza o ódio declarado a ativistas brasileiros comprometidos com causas sociais e ambientais, tendo por objetivo compreender suas manifestações e efeitos coletivos. Partindo do referencial da Psicologia Social, analisaram-se as iniciativas de proteção à natureza e as causas sociais-humanitárias, bem como as paixões tristes colocadas em cena pelo ódio. Metodologicamente, utilizou-se a estratégia documental, tendo como unidades de análise reportagens coletadas em documentos de domínio público que anunciam as agressões a dois ativistas. Como resultado, a pesquisa demonstrou que o ódio coletivo, expresso na forma radical de uma necropolítica homicida, incide sobre aqueles que testemunham, com suas histórias de vida, o quanto é possível construir uma sociedade mais igualitária. Como conclusão, evidencia-se que a elaboração de políticas públicas ligadas à segurança social de ativistas não tem garantido um efetivo combate aos homicídios no Brasil. Processos sociais e políticos, como o ódio, fazem-se cada vez mais presentes e naturalizados como algo inevitável para manutenção do ordenamento capitalista.