{"title":"A concessão e o traslado dos restos mortais de D. Pedro I para o Brasil sob a lógica das relações luso-brasileiras (1971-1974)","authors":"Sarah Luna de Oliveira","doi":"10.22456/1983-201x.112128","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Ao cabo de longas negociações entre as autoridades luso-brasileiras, a concessão e o traslado dos restos mortais de D. Pedro I para o Brasil se concretizou como ponto alto das comemorações do Sesquicentenário da Independência (1972). Contudo, a evolução deste acordo diplomático e suas implicações para a dinâmica do relacionamento entre as duas nações constituem uma considerável lacuna na produção historiográfica de ambos os países. Diante disto, pretendemos abordar o regresso do “herói” da Independência sob a lógica específica das relações Brasil-Portugal inscritas no marco inicial da “Segunda Guerra Fria” (HOBSBAWM, 1995, p. 192). O retorno do “defensor perpétuo” procurava simbolizar a união entre as duas “pátrias lusíadas” ao abrigo de regimes políticos autoritários, fato que contribuiu para impulsionar aspectos das relações transnacionais entre os governos de Garrastazu Médici e Marcelo Caetano. Porém, a panteonização do Imperador em solo brasileiro não repercutiu na intensificação das relações bilaterais brasileiras e lusitanas, justamente porque a política externa do Brasil passava a seguir uma linha nacionalista, neutralista, anticolonialista e pacifista dentro daquela ordem bipolar.","PeriodicalId":41524,"journal":{"name":"Anos 90","volume":"39 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2022-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anos 90","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22456/1983-201x.112128","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q3","JCRName":"HISTORY","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Ao cabo de longas negociações entre as autoridades luso-brasileiras, a concessão e o traslado dos restos mortais de D. Pedro I para o Brasil se concretizou como ponto alto das comemorações do Sesquicentenário da Independência (1972). Contudo, a evolução deste acordo diplomático e suas implicações para a dinâmica do relacionamento entre as duas nações constituem uma considerável lacuna na produção historiográfica de ambos os países. Diante disto, pretendemos abordar o regresso do “herói” da Independência sob a lógica específica das relações Brasil-Portugal inscritas no marco inicial da “Segunda Guerra Fria” (HOBSBAWM, 1995, p. 192). O retorno do “defensor perpétuo” procurava simbolizar a união entre as duas “pátrias lusíadas” ao abrigo de regimes políticos autoritários, fato que contribuiu para impulsionar aspectos das relações transnacionais entre os governos de Garrastazu Médici e Marcelo Caetano. Porém, a panteonização do Imperador em solo brasileiro não repercutiu na intensificação das relações bilaterais brasileiras e lusitanas, justamente porque a política externa do Brasil passava a seguir uma linha nacionalista, neutralista, anticolonialista e pacifista dentro daquela ordem bipolar.