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Abstract
Esse artigo defende que as ressonâncias da filosofia de Bergson no século xx francês ultrapassam a divisão estabelecida por Foucault entre as filosofias do cogito e as filosofias de sistema (ou do conceito). O impacto de sua obra tem como razão principal a capacidade de articular o retorno à experiência (em sentido ampliado) e a incorporação do trabalho de sistematização de dados realizado pelas ciências do século XIX. Tal articulação delimita o teor empirista da filosofia de Bergson, que pode ser analisado em comparação com os empiristas do XVIII. Examinamos nesse contexto como o trabalho crítico dirigido às ideias abstratas que conduzem a filosofia a perder de vista o concreto é o fator de convergência entre Bergson e Merleau-Ponty. Por outro lado, mostramos que a análise filosófica sobre a biologia evolutiva relaciona o bergsonismo ao projeto epistemológico de Canguilhem.