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Abstract
O artigo trata da relação entre Humanidades, Ciências Humanas e Sociais e Filosofia, considerada à luz dos projetos pedagógico e epistêmico das humanidades clássicas, tendo por fio condutor a Renascença italiana e os Studia Humanitatis, com a Filosofia como disciplina-piloto. Ao fazer o trânsito para a modernidade, com o surgimento das ciências humanas e sociais e o descentramento da filosofia, haverá o colapso dos projetos pedagógico e epistêmico dos Studia dos renascentistas, num ambiente de pesada cultura disciplinar, tendo por resultado a ultrafragmentação do conhecimento, levada a cabo sem qualquer perspectiva de unificação. O resultado é o mal-estar epistemológico, que vai junto com a ideia de perda de relevância da filosofia, ao se ver afastada dos processos pedagógico e epistêmico das ciências, e, paralelamente, das próprias disciplinas científicas, impedidas, em razão da ultrafragmentação, de nos dar uma visão unificada da humanidade e da realidade humana circundante. Tal situação levará ao questionamento acerca da oportunidade de relançamento do projeto pedagógico-epistêmico das Humanidades Clássicas, visando vencer o mal-estar epistemológico e a síndrome da irrelevância da filosofia e das ciências empíricas do homem. Contudo, como mostraremos, tal relançamento não poderá consistir numa volta aos Studia ou em sua retomada pura e simples, mas deverá dar-se em novas bases científicas e filosóficas, levado a cabo em bases interdisciplinares, e não mais holísticas, com a filosofia como disciplina-piloto, como na Renascença. Neste cenário, o Brasil será considerado e uma proposta condizente com o nosso contexto acadêmico e a realidade nacional nos dias de hoje será feita.