{"title":"TEMPO E LITERATURA: A OBRA O AMANUENSE BELMIRO, DE CYRO DOS ANJOS - UM OLHAR A PARTIR DA FILOSOFIA DE HENRI BERGSON","authors":"Alex Fabiano Jardim, Warley Kelber Gusmão","doi":"10.15210/cdl.v0i42.20735","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Pretendemos realizar um diálogo entre filosofia e literatura. De um lado teremos a obra literária O Amanuense Belmiro, do escritor mineiro Cyro dos Anjos; de outro, o pensamento do filósofo francês Henri Bergson. O pretexto que movimentará esse diálogo será o problema da subjetividade, do tempo e sua ação na vida humana, sua passagem. A leitura do livro O Amanuense Belmiro nos apresenta seu protagonista em uma situação conflituosa, pois, se o presente, com suas intermináveis exigências, não lhe permite acessar por completo o tão desejado passado vivido em Vila Caraíbas, de modo contrário, este mesmo passado atualizado em fragmentos, lampejos, o impede de viver por completo sua vida presente. Configura-se assim a gaiola (confinamento) temporal da qual Belmiro faz-se prisioneiro. E é particularmente esta característica da obra, isto é, sua concepção intrincada de tempo, que percorre todo o seu conjunto, que nos interessa, pois ela nos permitirá estabelecer uma aproximação com o pensamento de Henri Bergson, especificamente em relação a um conceito muito particular de sua filosofia, a duração: um modo de ver o tempo onde passado, presente e futuro convivem, misturam-se, interpenetram-se. As implicações deste modo de ver o tempo impactam diretamente nas ideias de vida interior e psicológica, criação, evolução, individualidade, percepção e memória.","PeriodicalId":31707,"journal":{"name":"Caderno de Letras","volume":"19 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Caderno de Letras","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.15210/cdl.v0i42.20735","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Pretendemos realizar um diálogo entre filosofia e literatura. De um lado teremos a obra literária O Amanuense Belmiro, do escritor mineiro Cyro dos Anjos; de outro, o pensamento do filósofo francês Henri Bergson. O pretexto que movimentará esse diálogo será o problema da subjetividade, do tempo e sua ação na vida humana, sua passagem. A leitura do livro O Amanuense Belmiro nos apresenta seu protagonista em uma situação conflituosa, pois, se o presente, com suas intermináveis exigências, não lhe permite acessar por completo o tão desejado passado vivido em Vila Caraíbas, de modo contrário, este mesmo passado atualizado em fragmentos, lampejos, o impede de viver por completo sua vida presente. Configura-se assim a gaiola (confinamento) temporal da qual Belmiro faz-se prisioneiro. E é particularmente esta característica da obra, isto é, sua concepção intrincada de tempo, que percorre todo o seu conjunto, que nos interessa, pois ela nos permitirá estabelecer uma aproximação com o pensamento de Henri Bergson, especificamente em relação a um conceito muito particular de sua filosofia, a duração: um modo de ver o tempo onde passado, presente e futuro convivem, misturam-se, interpenetram-se. As implicações deste modo de ver o tempo impactam diretamente nas ideias de vida interior e psicológica, criação, evolução, individualidade, percepção e memória.