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Abstract
OO Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica monitoriza a ocorrência de doenças transmissíveis, contribuindo para a respetiva prevenção e controlo. Face às recentes alterações legislativas, as Unidades de Saúde Pública podem contribuir na operacionalização local do referido sistema. Neste contexto, considerou-se oportuno em colaboração com um hospital, realizar uma consultoria, visando esclarecer a subnotificação, identificar fatores de constrangimento, e desenvolver uma revisão sistemática multidisciplinar. Em 2015, realizou-se uma auditoria externa retrospetiva (2010-2014) relativa à notificação de 26 doenças listadas para o efeito. Determinaram-se as taxas de notificação dos casos identificados, correspondentes a residentes no Concelho B. Consultou-se informação referente aos grupos de diagnóstico homogéneo, registos laboratoriais, notificações, bem como a 717 registos clínicos referentes a casos de doença com resultados laboratoriais positivos ou duvidosos. Aplicou-se um inquérito por questionário a 26 médicos, para quantificar e compreender a subnotificação. Identificaram-se 289 casos referentes a 14 das 26 doenças auditadas. Observou-se no Concelho B uma taxa global de notificação de 34,6% (45/130). Os casos identificados de brucelose, doença de Lyme, febre Q, hepatite B e malária, não foram notificados. Entre os principais motivos para a subnotificação destaca-se a “burocracia” (53,8%). Alguns profissionais (15,8%) notificam apenas no momento da alta hospitalar. Pelo seu impacto, destacaram-se limitações relativas às opções de exames complementares de diagnóstico e à vigilância epidemiológica veterinária. É fundamental uma articulação multidisciplinar e complementar dos serviços de saúde pública com as demais instituições de saúde, visando contribuir para a saúde e bem-estar das populações.