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Abstract
O tema central deste artigo é a persuasão e como ela aparece no pensamento político arendtiano. Nos ocuparemos desta tópica no intuito de mostrar sua fecundidade e seus limites no que concerne à esfera dos assuntos humanos. Em Arendt, as reflexões sobre a persuasão são suscitadas em referência à atividade política do discurso e ao papel da argumentação persuasiva. Nossa aposta é que uma investigação acerca das nuances da persuasão em Arendt comporta duas direções distintas e, portanto, assumiremos duas linhas de pensamento que nos possibilitarão uma incursão neste debate. Com efeito, examinaremos a perspectiva arendtiana no que concerne à persuasão, por um lado, quando o tema aparece na recuperação da experiência da polis grega, por outro, quando ele é tangenciado pelo relato do julgamento de Adolf Eichmann. Isto posto, nossa principal pretensão é explorar como a questão da persuasão é formulada de maneira contrastante no pensamento arendtiano. Para tanto, a modulação constitutiva do debate será demonstrada a partir de considerações pontuais no tocante à presença da persuasão em dois espaços de natureza pública, quais sejam, a ágora grega e o tribunal.