{"title":"Entre o “melhoramento reclamado pela ciência” e os “sentimentos religiosos da população”","authors":"Júlia Freire Perini","doi":"10.14295/rbhcs.v14i28.13671","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo analisa jornais, relatórios de presidente de província e de estado, bem como os documentos da Inspetoria de Higiene do Espírito Santo no final do século XIX e início do XX com o objetivo de entender as transformações do sentido da morte e do morrer ocorridos na capital capixaba durante o período em tela. O ‘atraso’ da remoção dos cemitérios da região central da cidade chama a atenção, pois ao contrário de outras capitais brasileiras, a construção de um campo santo extramuros em Vitória apenas pôde se concretizar na segunda década do século XX. À luz desse desfecho extemporâneo, o artigo sustenta que, diante do embate entre a visão católica e os ditames modernos sobre a morte, prevaleceram os interesses de parcela da elite agroexportadora local. Esta não apenas influenciou o envio de verbas às obras de infraestrutura de seu interesse, como postergou a construção de um novo cemitério, sobrepondo seus interesses econômicos de curto prazo aos benefícios da saúde coletiva da população capixaba. \nPalavras-chave: Morte, Medicina, Urbanização, Modernidade.","PeriodicalId":41269,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Historia & Ciencias Sociais","volume":"6 6 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2022-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Brasileira de Historia & Ciencias Sociais","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.14295/rbhcs.v14i28.13671","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"SOCIAL SCIENCES, INTERDISCIPLINARY","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este artigo analisa jornais, relatórios de presidente de província e de estado, bem como os documentos da Inspetoria de Higiene do Espírito Santo no final do século XIX e início do XX com o objetivo de entender as transformações do sentido da morte e do morrer ocorridos na capital capixaba durante o período em tela. O ‘atraso’ da remoção dos cemitérios da região central da cidade chama a atenção, pois ao contrário de outras capitais brasileiras, a construção de um campo santo extramuros em Vitória apenas pôde se concretizar na segunda década do século XX. À luz desse desfecho extemporâneo, o artigo sustenta que, diante do embate entre a visão católica e os ditames modernos sobre a morte, prevaleceram os interesses de parcela da elite agroexportadora local. Esta não apenas influenciou o envio de verbas às obras de infraestrutura de seu interesse, como postergou a construção de um novo cemitério, sobrepondo seus interesses econômicos de curto prazo aos benefícios da saúde coletiva da população capixaba.
Palavras-chave: Morte, Medicina, Urbanização, Modernidade.