{"title":"O que decolonizar o jornalismo afinal quer dizer? Um olhar a partir do Brasil","authors":"A. Albuquerque","doi":"10.34019/1981-4070.2022.v16.39278","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O artigo apresenta perspectivas que questionam o estado da arte do debate sobre o decolonial e o modo como ele deve impactar aos estudos do jornalismo. Ele sustenta que o debate sobre o decolonial frequentemente se debruça sobre assimetrias de poder e prestígio – que afetam questões raciais, de gênero, identidade sexual, dentre outros aspectos – que seriam resultantes de um processo de colonização eurocêntrica do passado e, dessa forma, omite processos de colonização que têm lugar no presente e que são conduzidos principalmente a partir dos Estados Unidos. Sustenta-se que a lógica colonial que atua no presente está firmemente ancorada nas instituições responsáveis pela produção e circulação do conhecimento, em escala nacional e global. Uma dessas instituições é o sistema acadêmico global, que privilegia olhares produzidos a partir dos Estados Unidos e outros países do Ocidente em detrimento dos demais. O artigo sustenta que o jornalismo é outra instituição importante da estrutura de colonização que atua no presente. Nesse sentido, é importante entender as maneiras pelas quais ele se constitui tanto como objeto quanto sujeito de um processo de colonização. Finalmente, sugere-se que um olhar decolonial pode ajudar a trazer nova luz sobre o processo de modernização do jornalismo brasileiro.\n ","PeriodicalId":18053,"journal":{"name":"Lumina","volume":"52 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"1","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Lumina","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.34019/1981-4070.2022.v16.39278","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O artigo apresenta perspectivas que questionam o estado da arte do debate sobre o decolonial e o modo como ele deve impactar aos estudos do jornalismo. Ele sustenta que o debate sobre o decolonial frequentemente se debruça sobre assimetrias de poder e prestígio – que afetam questões raciais, de gênero, identidade sexual, dentre outros aspectos – que seriam resultantes de um processo de colonização eurocêntrica do passado e, dessa forma, omite processos de colonização que têm lugar no presente e que são conduzidos principalmente a partir dos Estados Unidos. Sustenta-se que a lógica colonial que atua no presente está firmemente ancorada nas instituições responsáveis pela produção e circulação do conhecimento, em escala nacional e global. Uma dessas instituições é o sistema acadêmico global, que privilegia olhares produzidos a partir dos Estados Unidos e outros países do Ocidente em detrimento dos demais. O artigo sustenta que o jornalismo é outra instituição importante da estrutura de colonização que atua no presente. Nesse sentido, é importante entender as maneiras pelas quais ele se constitui tanto como objeto quanto sujeito de um processo de colonização. Finalmente, sugere-se que um olhar decolonial pode ajudar a trazer nova luz sobre o processo de modernização do jornalismo brasileiro.