{"title":"RASTROS DA VIOLÊNCIA: A TESTEMUNHA","authors":"Cynthia Sarti","doi":"10.1590/2238-38752020V10311","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Resumo Este texto tem como objetivo discutir a figura da testemunha, a partir da apreensão de seus sentidos nas memórias de experiências de violência, partindo de uma pesquisa sobre a memória da ditadura militar brasileira (1964-1985), da qual emergiram as indagações. Embora a testemunha possa coincidir com a vítima que sofreu diretamente a experiência da violência, essas figuras não se confundem. Na abordagem aqui proposta, a testemunha transcende a experiência da violência, sendo tratada em um registro distinto daquele da ocorrência da violência. A testemunha constitui-se no desenrolar do trabalho da memória a partir da inclusão de quem não estava lá, mas se dispõe a ouvir o relato da dor do outro, colocando a alteridade no centro do processo de elaboração do sofrimento. Nesse sentido, argumenta-se que o trabalho de pesquisa configura um modo de testemunhar.","PeriodicalId":37552,"journal":{"name":"Sociologia e Antropologia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-12-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"3","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Sociologia e Antropologia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/2238-38752020V10311","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q3","JCRName":"Social Sciences","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Resumo Este texto tem como objetivo discutir a figura da testemunha, a partir da apreensão de seus sentidos nas memórias de experiências de violência, partindo de uma pesquisa sobre a memória da ditadura militar brasileira (1964-1985), da qual emergiram as indagações. Embora a testemunha possa coincidir com a vítima que sofreu diretamente a experiência da violência, essas figuras não se confundem. Na abordagem aqui proposta, a testemunha transcende a experiência da violência, sendo tratada em um registro distinto daquele da ocorrência da violência. A testemunha constitui-se no desenrolar do trabalho da memória a partir da inclusão de quem não estava lá, mas se dispõe a ouvir o relato da dor do outro, colocando a alteridade no centro do processo de elaboração do sofrimento. Nesse sentido, argumenta-se que o trabalho de pesquisa configura um modo de testemunhar.
期刊介绍:
Sociologia & Antropologia busca contribuir para a divulgação, expansão e aprimoramento do conhecimento sociológico e antropológico em seus diversos campos temáticos e perspectivas teóricas, valorizando a troca profícua entre as distintas tradições teóricas que configuram as duas disciplinas. Sociologia & Antropologia almeja, portanto, a colaboração, a um só tempo crítica e compreensiva, entre as perspectivas sociológica e antropológica, favorecendo a comunicação dinâmica e o debate sobre questões teóricas, empíricas, históricas e analíticas cruciais. Reconhecendo a natureza pluriparadigmática do conhecimento social, a Revista valoriza assim as oportunidades de intercâmbio entre pontos de vista convergentes e divergentes nesses diferentes campos do conhecimento. Essa é a proposta expressa pelo símbolo “&”, que, no título da revista Sociologia & Antropologia, interliga as denominações das disciplinas que nos referenciam. Sociologia & Antropologia aceita os seguintes tipos de contribuição: 1) Artigos inéditos (até 9 mil palavras incluindo referências bibliográficas e notas) 2) Registros de pesquisa (até 4.400 palavras). Esta seção inclui: Apresentação de fontes e documentos de interesse para a história das ciências sociais Notas de pesquisa com fotografias Balanço bibliográfico de temas e questões das ciências sociais 3) Resenhas bibliográficas (até 1.600 palavras). 4) Entrevistas