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Abstract
Este trabalho analisa a polêmica "teoria das quatro fases da filosofia", tal como foi publicada por Franz Brentano em 1895, com o propósito de apresentar o papel das crises filosóficas no interior do movimento histórico-filosófico ocidental. Descrevemos, primeiramente, o modo como Brentano assume a clássica divisão da história em três períodos (antigo, medieval e moderno), para subdividir cada um desses períodos em quatro movimentos filosóficos distintos (movimento filosófico de interesse puro, movimento filosófico de interesse prático, movimento filosófico cético e movimento filosófico místico). Nossa análise explicitará que, segundo a tese principal ali defendida por Brentano, (a) os movimentos filosóficos se sucedem no interior de cada período histórico em função de uma crise intrínseca ao próprio processo histórico da filosofia e (b) o que define a crise filosófica é o modo como cada um dos movimentos filosóficos, constituintes da segunda, terceira e quarta fases, diferem do movimento filosófico constituinte da primeira fase. Como conclusão da nossa análise, defenderemos que os pressupostos históricos filosóficos brentanianos da sua "4ª tese de Habilitação" são os critérios fundamentais da filosofia ascendente encontrados nos métodos de Aristóteles, Tomas de Aquino, Bacon e Descartes. Em outras palavras, sustentaremos que se tratava, para Brentano, de reconhecer em tais métodos filosóficos o seu poder de sustentar aquele tipo de percepção capaz de garantir evidência ao conhecimento, pois esse seria o modo de evitar que a filosofia (i) substituísse seu interesse teórico pelo interesse prático, (ii) se entregasse ao ceticismo, ou ainda, (iii) sucumbisse ao misticismo.