{"title":"RANCIÈRE, J. As margens da ficção. Tradução de Fernando Scheibe. São Paulo: Editora 34, 2021.","authors":"Luiz Felipe Netto de Andrade e Silva Sahd","doi":"10.36517/10.36517/argumentos.30.15","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Publicado originalmente em 2017, As margens da ficção reúne textos criteriosamente selecionados e ordenados a dar ao livro uma unidade sólida construída em torno de um projeto central, ampliar o projeto iniciado por Jacques Rancière em A palavra muda. Ensaio sobre as contradições da literatura (1998) e A política da literatura (2007), de uma poética da ficção moderna. Como tal, constitui uma possível introdução ao conjunto maior da vertente estética de sua obra. A noção de poética é tomada de empréstimo da Poética de Aristóteles, na qual expõe a teoria das normas de composição do poema como ficção narrativa. Se a poética aristotélica forma “a matriz estável da racionalidade ficcional clássica no Ocidente” (RANCIÈRE, 2021, p. 8), a de Rancière pretende, por sua vez, dar conta das transformações que afetaram essa matriz no romance moderno e nas ciências humanas e sociais do século XIX. À vista disso, se em obras como A partilha do sensível (2000) ou O inconsciente estético (2001), o autor propôs uma releitura do discurso filosófico da estética, sua constituição do regime estético da arte que desestabiliza uma distinção fundamental no Ocidente e na modernidade, ao estabelecer a superioridade da razão sobre as faculdades sensíveis, A política da literatura ou O fio perdido. Ensaios sobre a ficção moderna (2013), Rancière explora uma outra dimensão da estética, a que diz respeito à ficção e às formas da narrativa.","PeriodicalId":43087,"journal":{"name":"Argumentos-Revista de Filosofia","volume":"428 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.2000,"publicationDate":"2023-07-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Argumentos-Revista de Filosofia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.36517/10.36517/argumentos.30.15","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"PHILOSOPHY","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Publicado originalmente em 2017, As margens da ficção reúne textos criteriosamente selecionados e ordenados a dar ao livro uma unidade sólida construída em torno de um projeto central, ampliar o projeto iniciado por Jacques Rancière em A palavra muda. Ensaio sobre as contradições da literatura (1998) e A política da literatura (2007), de uma poética da ficção moderna. Como tal, constitui uma possível introdução ao conjunto maior da vertente estética de sua obra. A noção de poética é tomada de empréstimo da Poética de Aristóteles, na qual expõe a teoria das normas de composição do poema como ficção narrativa. Se a poética aristotélica forma “a matriz estável da racionalidade ficcional clássica no Ocidente” (RANCIÈRE, 2021, p. 8), a de Rancière pretende, por sua vez, dar conta das transformações que afetaram essa matriz no romance moderno e nas ciências humanas e sociais do século XIX. À vista disso, se em obras como A partilha do sensível (2000) ou O inconsciente estético (2001), o autor propôs uma releitura do discurso filosófico da estética, sua constituição do regime estético da arte que desestabiliza uma distinção fundamental no Ocidente e na modernidade, ao estabelecer a superioridade da razão sobre as faculdades sensíveis, A política da literatura ou O fio perdido. Ensaios sobre a ficção moderna (2013), Rancière explora uma outra dimensão da estética, a que diz respeito à ficção e às formas da narrativa.