{"title":"mediações no desenvolvimento de um tratamento para a COVID-19: pescando actantes","authors":"B. Lorenzi, T. Cardoso, J. Lorenzi","doi":"10.5216/sec.v24.65870","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo tem como objetivo analisar sociologicamente as ações da ciência em busca de tratamento para a COVID-19. Para tal, este trabalho contou tanto com conhecimentos e relatos de campo elaborados por um cientista envolvido diretamente na pesquisa de um tratamento, quanto com uma análise das mediações a partir da sociologia das associações, prisma teórico proposto pelo sociólogo, antropólogo e filósofo Bruno Latour. Os esforços realizados pela ciência para buscar tratamentos para o novo coronavírus foram tomados, no presente texto, a partir de um caso específico: o trabalho de pesquisa que está sendo desenvolvido pelo Laboratório de Imunologia Molecular (MIL) da Universidade Rockefeller. A partir da descrição do caso, fomos capazes de relacionar a ação dos cientistas com os conceitos de Bruno Latour, como a mediação que envolve os artifícios utilizados para identificar, capturar e replicar as células B específicas que são capazes de combater o vírus, a ação dos não humanos necessários para isso, como o uso de uma isca proteica para “pescar” as células B, e o encadeamento desses elementos em forma de rede [RES] necessário para o desenvolvimento do tratamento. Com isso, esperamos demonstrar não só como a literaturalatouriana se manteve atual na descrição do trabalho da ciência, fornecendo ferramentas que nos ajudam a entender a dinâmica híbrida dessa atividade, mas também, como a continuidade de nossa permanência depende da articulação ou mediação criativa das descontinuidades e actantes que nos cercam.","PeriodicalId":38915,"journal":{"name":"Sociedade e Cultura","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-09-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Sociedade e Cultura","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5216/sec.v24.65870","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"Arts and Humanities","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este artigo tem como objetivo analisar sociologicamente as ações da ciência em busca de tratamento para a COVID-19. Para tal, este trabalho contou tanto com conhecimentos e relatos de campo elaborados por um cientista envolvido diretamente na pesquisa de um tratamento, quanto com uma análise das mediações a partir da sociologia das associações, prisma teórico proposto pelo sociólogo, antropólogo e filósofo Bruno Latour. Os esforços realizados pela ciência para buscar tratamentos para o novo coronavírus foram tomados, no presente texto, a partir de um caso específico: o trabalho de pesquisa que está sendo desenvolvido pelo Laboratório de Imunologia Molecular (MIL) da Universidade Rockefeller. A partir da descrição do caso, fomos capazes de relacionar a ação dos cientistas com os conceitos de Bruno Latour, como a mediação que envolve os artifícios utilizados para identificar, capturar e replicar as células B específicas que são capazes de combater o vírus, a ação dos não humanos necessários para isso, como o uso de uma isca proteica para “pescar” as células B, e o encadeamento desses elementos em forma de rede [RES] necessário para o desenvolvimento do tratamento. Com isso, esperamos demonstrar não só como a literaturalatouriana se manteve atual na descrição do trabalho da ciência, fornecendo ferramentas que nos ajudam a entender a dinâmica híbrida dessa atividade, mas também, como a continuidade de nossa permanência depende da articulação ou mediação criativa das descontinuidades e actantes que nos cercam.