V. Andrade, Mariana Medeiros, Tiago M. Guimarães, Rui Bernardino, G. Falcão, F. Fernandes, R. Farinha, Fernando Silva, L. C. Pinheiro
{"title":"A Gencitabina como Alternativa Terapêutica na Ausência de BCG: A Experiência do CHLC (Hospital S. José)","authors":"V. Andrade, Mariana Medeiros, Tiago M. Guimarães, Rui Bernardino, G. Falcão, F. Fernandes, R. Farinha, Fernando Silva, L. C. Pinheiro","doi":"10.24915/aup.36.1-2.90","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: Os tumores não músculo invasivos da bexiga devem ser estratificados em grupos de risco de forma a adequar o tratamento após cirurgia a cada doente. Nos tumores de alto risco deve ser realizada terapêutica adjuvante com bacilo de Calmette-Guérin (BCG) intravesical durante 1 a 3 anos. Têm sido reportadas roturas de stock de BCG intravesical, tendo sido o Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) afectado nos anos 2014 e 2015, o que obrigou a uma reformulação no tratamento dos doentes que tinham indicação para realização desta terapêutica. A gencitabina poderá ser uma alternativa válida, dado que alguns estudos mostram que poderá ter um papel nos doentes de risco intermédio, como alternativa à mitomicina C, e nos de alto risco, refractários à BCG, com um perfil de toxicidade mais favorável. \nMaterial e Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo descritivo que incluiu doentes com tumores da bexiga não musculo-invasivos de alto risco, com início da doença em 2013/2014, afectados pelo período de escassez de BCG no Centro Hospitalar. \nResultados: No CHLC, 11 doentes com tumores de alto risco foram submetidos a terapêutica com gencitabina, apenas dois exclusivamente, os restantes sequencialmente com BCG. Apenas dois doentes, tratados com BCG e gencitabina, apresentaram recidiva tumoral. No entanto, um número significativo (6 em 11) sofreram efeitos adversos, dois dos quais que levaram à interrupção da terapêutica. \nConclusão: Aparentemente, a gencitabina foi uma boa alternativa de terapêutica adjuvante na ausência do tratamento gold standard (BCG), dada a existência de baixo número de recidivais tumorais, apesar do elevado número de efeitos adversos reportados.","PeriodicalId":100020,"journal":{"name":"Acta Urológica Portuguesa","volume":"15 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-09-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Acta Urológica Portuguesa","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.24915/aup.36.1-2.90","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Introdução: Os tumores não músculo invasivos da bexiga devem ser estratificados em grupos de risco de forma a adequar o tratamento após cirurgia a cada doente. Nos tumores de alto risco deve ser realizada terapêutica adjuvante com bacilo de Calmette-Guérin (BCG) intravesical durante 1 a 3 anos. Têm sido reportadas roturas de stock de BCG intravesical, tendo sido o Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) afectado nos anos 2014 e 2015, o que obrigou a uma reformulação no tratamento dos doentes que tinham indicação para realização desta terapêutica. A gencitabina poderá ser uma alternativa válida, dado que alguns estudos mostram que poderá ter um papel nos doentes de risco intermédio, como alternativa à mitomicina C, e nos de alto risco, refractários à BCG, com um perfil de toxicidade mais favorável.
Material e Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo descritivo que incluiu doentes com tumores da bexiga não musculo-invasivos de alto risco, com início da doença em 2013/2014, afectados pelo período de escassez de BCG no Centro Hospitalar.
Resultados: No CHLC, 11 doentes com tumores de alto risco foram submetidos a terapêutica com gencitabina, apenas dois exclusivamente, os restantes sequencialmente com BCG. Apenas dois doentes, tratados com BCG e gencitabina, apresentaram recidiva tumoral. No entanto, um número significativo (6 em 11) sofreram efeitos adversos, dois dos quais que levaram à interrupção da terapêutica.
Conclusão: Aparentemente, a gencitabina foi uma boa alternativa de terapêutica adjuvante na ausência do tratamento gold standard (BCG), dada a existência de baixo número de recidivais tumorais, apesar do elevado número de efeitos adversos reportados.