{"title":"“A mesa”, de Drummond: banquete imaginário; refeição totêmica","authors":"M. Morais","doi":"10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p19-53","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo pretende apresentar uma leitura do poema “A mesa” (Claro enigma, 1951), de Carlos Drummond de Andrade, sob viés psicanalítico-antropológico. Dessarte, vale-se de categorias freudianas e do mito da horda primitiva (do ponto de vista da psicanálise e da antropologia / sociologia), para interpretar como refeição totêmica a ceia imaginária que comemora, postumamente, os noventa anos do pai, convidado / convocado para o banquete, pelo eu lírico. Tal leitura, além de considerar a mediação literária do ponto de vista do conteúdo veiculado, atém-se à questão da forma do poema, estruturado em 340 versos que se sucedem, “totemicamente” verticalizados. Nesse sentido, traz à cena a questão antropofágica como recurso identitário, sobejamente “manifestada” na Semana de Arte Moderna, mas sublinha-a também como estratégia estética. Apresenta, ainda, diálogo entre a poética drummondiana e produções pictóricas da artista mineira, Yara Tupinambá, para enfatizar o diálogo interartes como outra proposta de “A Semana”.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"14 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-02-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Scripta Alumni","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p19-53","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este artigo pretende apresentar uma leitura do poema “A mesa” (Claro enigma, 1951), de Carlos Drummond de Andrade, sob viés psicanalítico-antropológico. Dessarte, vale-se de categorias freudianas e do mito da horda primitiva (do ponto de vista da psicanálise e da antropologia / sociologia), para interpretar como refeição totêmica a ceia imaginária que comemora, postumamente, os noventa anos do pai, convidado / convocado para o banquete, pelo eu lírico. Tal leitura, além de considerar a mediação literária do ponto de vista do conteúdo veiculado, atém-se à questão da forma do poema, estruturado em 340 versos que se sucedem, “totemicamente” verticalizados. Nesse sentido, traz à cena a questão antropofágica como recurso identitário, sobejamente “manifestada” na Semana de Arte Moderna, mas sublinha-a também como estratégia estética. Apresenta, ainda, diálogo entre a poética drummondiana e produções pictóricas da artista mineira, Yara Tupinambá, para enfatizar o diálogo interartes como outra proposta de “A Semana”.