“A mesa”, de Drummond: banquete imaginário; refeição totêmica

M. Morais
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Abstract

Este artigo pretende apresentar uma leitura do poema “A mesa” (Claro enigma, 1951), de Carlos Drummond de Andrade, sob viés psicanalítico-antropológico. Dessarte, vale-se de categorias freudianas e do mito da horda primitiva (do ponto de vista da psicanálise e da antropologia / sociologia), para interpretar como refeição totêmica a ceia imaginária que comemora, postumamente, os noventa anos do pai, convidado / convocado para o banquete, pelo eu lírico. Tal leitura, além de considerar a mediação literária do ponto de vista do conteúdo veiculado, atém-se à questão da forma do poema, estruturado em 340 versos que se sucedem, “totemicamente” verticalizados. Nesse sentido, traz à cena a questão antropofágica como recurso identitário, sobejamente “manifestada” na Semana de Arte Moderna, mas sublinha-a também como estratégia estética. Apresenta, ainda, diálogo entre a poética drummondiana e produções pictóricas da artista mineira, Yara Tupinambá, para enfatizar o diálogo interartes como outra proposta de “A Semana”.
德拉蒙德的《餐桌》:想象中的宴会;图腾餐。
本文旨在从精神分析和人类学的角度解读卡洛斯·德拉蒙德·德·安德拉德的诗歌《桌子》(Claro enigma, 1951)。德萨特利用弗洛伊德的范畴和原始部落的神话(从精神分析和人类学/社会学的角度),将纪念父亲90岁生日的想象晚餐解释为图腾餐,在他死后,由抒情的自我邀请/邀请参加宴会。这种阅读,除了从所传达的内容的角度考虑文学中介之外,还坚持诗歌的形式问题,由340个连续的垂直“图腾”诗组成。从这个意义上说,它将食人问题作为一种身份资源带入现场,在现代艺术周中得到了充分的“体现”,但也强调了它作为一种审美策略。它还展示了drummondiana诗歌与艺术家Yara tupinamba的绘画作品之间的对话,强调艺术间的对话是“一周”的另一个提议。
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