Adson Rodrigo Silva Pinheiro, Alexandra Sablina do Nascimento Veras
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Abstract
Em um contexto em que o campo do patrimônio tem sido cada vez mais imerso em novos problemas e objetos emergentes das novas demandas de grupos e sujeitos sociais, é importante refletir não apenas como a produção dos patrimônios culturais ocorrem, a partir do conflito constante das ações de lembrar, esquecer e silenciar, mais ainda dos tensionamentos que a própria noção de patrimônio tem passado na contemporaneidade. Nesse sentido, o patrimônio é redefinido não simplesmente como uma coisa ou lugar, ou mesmo parte de um evento pretérito, mas sim como um processo cultural envolvido na performance e negociação de valores culturais, narrativas, memórias e significados. O estudo dos patrimônios culturais associados ao trabalho, ao cotidiano, e as experiências de trabalhadoras e trabalhadores, com ênfase nos aspectos relacionados à memória social e as identidades de sujeitos, ainda são pouco aprofundados no âmbito das políticas de preservação do patrimônio. Por patrimônio entendemos não apenas artefatos materiais, edifícios, locais, sítios e monumentos reconhecidamente tombados pelo Estado, mas também as tradições intangíveis relacionadas à capacidade de autoexpressão das pessoas e dos coletivos se perceberem enquanto classes trabalhadoras e valorizar toda a produção cultural elaborada a partir dos seus saberes, fazeres e modos de viver sob o cotidiano nos diferentes ambientes de trabalho. Além disso, falar de patrimônio e das memórias do trabalho e dos trabalhadores é ainda estar atento às maneiras pelas quais elas se baseiam no passado e nos sentidos de lugar e tradição, para reinterpretar e retrabalhar a sua identidade contemporânea, especialmente diante das mudanças econômicas, sociais e políticas que