Geologia e aspectos genéticos de depósitos de esmeralda em zonas de cisalhamento: um olhar sobre os depósitos esmeraldíferos da Província Borborema, Nordeste do Brasil
José Ferreira de Araújo Neto, Lauro César Montefalco Lira Santos, Glenda Lira Santos
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Abstract
Esmeralda é uma variedade de berilo na cor verde-grama, uma das mais raras e valiosas gemas do mundo. Além das características magmáticas e metamórficas particulares de cada depósito, descontinuidades crustais sempre estão presentes, interpretadas como os meios físicos para a canalização dos fluidos mineralizantes. Exemplos importantes são observados nos depósitos de Habachtal na Áustria e de Carnaíba e Santa Terezinha de Goiás, no Brasil. Na Província Borborema (Nordeste do Brasil), a conexão entre zonas de cisalhamento e ocorrências de esmeralda tem despertado interesse científico e comercial, principalmente quanto às estruturas associadas a pegmatitos berilíferos. Neste trabalho, apresentamos uma revisão sobre a evolução do conhecimento de mineralizações de esmeralda em zonas de cisalhamento, com esquemas de classificação recentes, principais modelos esquemáticos adaptados e enfoque nos controles geológicos dos principais depósitos do Nordeste brasileiro. Na região de Fazenda Bonfim (Rio Grande do Norte), o desenvolvimento de flogopititos esmeraldíferos deu-se em zonas metassomáticas, enquanto nas ocorrências de Tauá e Coqui (Ceará) a mineralização está associada a corpos pegmatíticos em faixas de flogopita-xistos e tremolititos, ambos fortemente afetados por tectônica transcorrente. No depósito de Paraná (Rio Grande do Norte), tem-se interpretado um componente extensional concomitante à transcorrência, que possibilitou a interação entre fluidos pegmatíticos contendo berílio e rochas metabásicas ricas em elementos cromóforos. Concluímos que o regime de deformação dúctil ligado às zonas de cisalhamento regionais representa um dos mais importantes metalotectos para a prospecção de esmeralda na Província Borborema.