Hellen Cristina Xavier da Silva Mattos, Maria Cristina da Silveira Galan Fernandes
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Abstract
RESUMO Este artigo se insere nas discussões sobre a inclusão social nas universidades públicas, especificamente sobre a permanência universitária. Com as contribuições da teoria sociológica de Pierre Bourdieu, analisamos as percepções de estudantes sobre as suas experiências relacionadas à permanência universitária, aprofundando os mecanismos simbólicos presentes nos percursos estudantis em uma universidade pública federal. A metodologia empregada para a pesquisa utilizou questionários e entrevistas semiestruturadas com estudantes universitários, matriculados em diferentes períodos e cursos na graduação. Os resultados da investigação indicam que há o reconhecimento da relevância de auxílio financeiro para possibilitar a frequência no curso, porém os estudantes levantam desafios que são simbólicos e que interferem na permanência universitária. A dimensão simbólica está presente na responsabilização do aluno pelo seu desempenho, relacionado às dificuldades acadêmicas com o conteúdo cultural exigido e às práticas dos professores que pouco auxiliam os estudantes com maiores defasagens de capital cultural academicamente rentável. Consideramos que os dados oriundos das entrevistas, bem como as sugestões indicadas pelos estudantes para melhorar a permanência, revelam disputas presentes no campo universitário. Portanto, a presença de novos agentes possibilita alterações nas disputas do campo, o qual apresenta limites simbólicos para efetivar a proposta de inclusão social em uma instituição que tende à consagração das relações de força na sociedade.