{"title":"A verdade factual e o contador de estórias em Hannah Arendt: reflexões sobre a ação política do filósofo","authors":"Judikael Castelo Branco","doi":"10.36517/10.36517/argumentos.30.4","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo articula a figura do contador de estórias e o conceito de verdade factual para refletir sobre elementos da filosofia de Hannah Arendt importantes também à compreensão da nossa situação política. Nele, o pensamento de Arendt é visto como tributário da história e disposto a um modelo alternativo de pensar: o pensamento narracional. Duas ideias que giram em torno da figura do contador de estórias e do conceito de verdade factual. O objetivo desta pesquisa é, então, retomar a reflexão arendtiana sobre a verdade factual a fim de compreendermos nosso próprio contexto, marcado por negacionismo e mesmo por ideias como a de “pós-verdade”. A escolha da autora não é fortuita, mas se justifica pela abordagem na qual a verdade não é tomada como questão epistemológica, neutra. Para tanto, dividimos nosso texto em quatro partes. Na primeira, retomamos aspectos essenciais na relação entre o pensamento arendtiano e a história. Na segunda, a mesma questão é vista a partir da interrogação acerca do modo adequado de responder ao “imperativo do testemunho” sobre a experiência concentracionária. Na terceira, voltamo-nos à figura do contador de estórias e do “pensamento narracional” como alternativa ao ponto de vista arquimediano. Por fim, encontramos a noção de verdade factual que, na verdade, sustenta todos momentos anteriores.","PeriodicalId":43087,"journal":{"name":"Argumentos-Revista de Filosofia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.2000,"publicationDate":"2023-07-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Argumentos-Revista de Filosofia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.36517/10.36517/argumentos.30.4","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"PHILOSOPHY","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este artigo articula a figura do contador de estórias e o conceito de verdade factual para refletir sobre elementos da filosofia de Hannah Arendt importantes também à compreensão da nossa situação política. Nele, o pensamento de Arendt é visto como tributário da história e disposto a um modelo alternativo de pensar: o pensamento narracional. Duas ideias que giram em torno da figura do contador de estórias e do conceito de verdade factual. O objetivo desta pesquisa é, então, retomar a reflexão arendtiana sobre a verdade factual a fim de compreendermos nosso próprio contexto, marcado por negacionismo e mesmo por ideias como a de “pós-verdade”. A escolha da autora não é fortuita, mas se justifica pela abordagem na qual a verdade não é tomada como questão epistemológica, neutra. Para tanto, dividimos nosso texto em quatro partes. Na primeira, retomamos aspectos essenciais na relação entre o pensamento arendtiano e a história. Na segunda, a mesma questão é vista a partir da interrogação acerca do modo adequado de responder ao “imperativo do testemunho” sobre a experiência concentracionária. Na terceira, voltamo-nos à figura do contador de estórias e do “pensamento narracional” como alternativa ao ponto de vista arquimediano. Por fim, encontramos a noção de verdade factual que, na verdade, sustenta todos momentos anteriores.