{"title":"DIÁLOGOS COM DANIEL MILLER NO CAMPO DA COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES A PARTIR DAS PESQUISAS DO GP CONSUMO E CULTURAS DIGITAIS","authors":"Sandra Rúbia da Silva, Alisson Machado","doi":"10.1590/2238-38752020V1034","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A antropologia, cuja base é o trabalho etnográfico, renova sua tradição a partir dos conhecimentos adquiridos em sua história disciplinar quando confrontados com as observações realizadas a cada vez que novos(as) pesquisadores(as) vão a campo (Peirano, 1994; Cardoso de Oliveira, 2006). Esses saberes atualizam o ethos antropológico e orientam as interpretações não apenas por servir como teoria, mas porque sinalizam, alertam e inspiram reflexões referentes à objetividade relativa que caracteriza a natureza do entendimento antropológico (Geertz, 2013; Velho, 2013). Se, por um lado, o texto representa a materialização e a reinscrição comprometida do(a) pesquisador(a) (Clifford, 1998; Strathern, 2014), por outro, existe um trabalho constitutivo da imaginação antropológica que se produz no espaço entre, entre texto e experiência, que desloca os eixos entre o “estar lá” e o “estar aqui”, resultado desse tipo de empenho interpretativo (Geertz, 2012). Esse entre pode ser vivenciado de diferentes formas, entre elas pelos entrecruzamentos das fronteiras disciplinares. Tendo em vista a articulação desse lugar de interfaces, o objetivo do artigo é, ao examinar dez pesquisas realizadas pelo Grupo de Pesquisa Consumo e Culturas Digitais (UFSM/CNPq),1 discutir como o legado teórico e metodológico de Daniel Miller tem sido incorporado nesse conjunto de reflexões, reconhecendo a potência do método etnográfico para a análise cultural e para a descrição da cultura digital e dos ambientes de interação online.","PeriodicalId":37552,"journal":{"name":"Sociologia e Antropologia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-12-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Sociologia e Antropologia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/2238-38752020V1034","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q3","JCRName":"Social Sciences","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A antropologia, cuja base é o trabalho etnográfico, renova sua tradição a partir dos conhecimentos adquiridos em sua história disciplinar quando confrontados com as observações realizadas a cada vez que novos(as) pesquisadores(as) vão a campo (Peirano, 1994; Cardoso de Oliveira, 2006). Esses saberes atualizam o ethos antropológico e orientam as interpretações não apenas por servir como teoria, mas porque sinalizam, alertam e inspiram reflexões referentes à objetividade relativa que caracteriza a natureza do entendimento antropológico (Geertz, 2013; Velho, 2013). Se, por um lado, o texto representa a materialização e a reinscrição comprometida do(a) pesquisador(a) (Clifford, 1998; Strathern, 2014), por outro, existe um trabalho constitutivo da imaginação antropológica que se produz no espaço entre, entre texto e experiência, que desloca os eixos entre o “estar lá” e o “estar aqui”, resultado desse tipo de empenho interpretativo (Geertz, 2012). Esse entre pode ser vivenciado de diferentes formas, entre elas pelos entrecruzamentos das fronteiras disciplinares. Tendo em vista a articulação desse lugar de interfaces, o objetivo do artigo é, ao examinar dez pesquisas realizadas pelo Grupo de Pesquisa Consumo e Culturas Digitais (UFSM/CNPq),1 discutir como o legado teórico e metodológico de Daniel Miller tem sido incorporado nesse conjunto de reflexões, reconhecendo a potência do método etnográfico para a análise cultural e para a descrição da cultura digital e dos ambientes de interação online.
期刊介绍:
Sociologia & Antropologia busca contribuir para a divulgação, expansão e aprimoramento do conhecimento sociológico e antropológico em seus diversos campos temáticos e perspectivas teóricas, valorizando a troca profícua entre as distintas tradições teóricas que configuram as duas disciplinas. Sociologia & Antropologia almeja, portanto, a colaboração, a um só tempo crítica e compreensiva, entre as perspectivas sociológica e antropológica, favorecendo a comunicação dinâmica e o debate sobre questões teóricas, empíricas, históricas e analíticas cruciais. Reconhecendo a natureza pluriparadigmática do conhecimento social, a Revista valoriza assim as oportunidades de intercâmbio entre pontos de vista convergentes e divergentes nesses diferentes campos do conhecimento. Essa é a proposta expressa pelo símbolo “&”, que, no título da revista Sociologia & Antropologia, interliga as denominações das disciplinas que nos referenciam. Sociologia & Antropologia aceita os seguintes tipos de contribuição: 1) Artigos inéditos (até 9 mil palavras incluindo referências bibliográficas e notas) 2) Registros de pesquisa (até 4.400 palavras). Esta seção inclui: Apresentação de fontes e documentos de interesse para a história das ciências sociais Notas de pesquisa com fotografias Balanço bibliográfico de temas e questões das ciências sociais 3) Resenhas bibliográficas (até 1.600 palavras). 4) Entrevistas