Pablynne Emanuelle da Silva Serpa, Caroline Bona, Maria Eduarda Sales DE Morais, Nely Pires do Rego Sobrinha, Izabella Jácome Parente
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Abstract
Introdução: A depressão é uma patologia de difícil compreensão, por ter um fenótipo heterogêneo, apresentando diferentes manifestações clínicas, características imunológicas e determinantes genéticos. Objetivo: Compreender os determinantes genéticos e a associação da depressão e da terapia antidepressiva com os fatores imunológicos. Material e métodos: Revisão bibliográfica integrativa, utilizando a base de dados do Pubmed e Scielo com os seguintes descritores: “Immunology”, “depression” e “genetics”. Foram selecionados artigos com disponibilidade na íntegra e data de publicação superior aos últimos 7 anos. Foram excluídos artigos repetidos ou que não se enquadravam ao tema. Resultados: A associação entre depressão e imunidade está relacionada aos marcadores inflamatórios e as células natural killer (NK), indicando uma elevação da quantidade de células NK em pacientes deprimidos. Alguns trabalhos observaram uma menor quantidade de células CD4 e CD8, e o seu posterior aumento após terapia antidepressiva. Ademais, os níveis de IL-6 mostraram-se aumentados em pacientes depressivos e menores níveis de IL-2 em comparação a indivíduos saudáveis ou em terapia, indicando uma característica pró-inflamatória da doença. Segundo os estudos, os níveis de IL-6 seriam um bom indicativo da responsividade à terapia, visto que os antidepressivos afetam a produção de citocinas que atuariam como neuromoduladores, mediando os aspectos neuroquímicos, neuroendócrinos e comportamentais dos transtornos depressivos. Em relação aos fatores genéticos, sabe-se a depressão tem uma alta heterogeneidade fenotípica, a qual limita o uso de estudos de associação e pode se manifestar em diferentes gravidades dos sintomas. Entre os estudos analisados, foi encontrada uma relação com disfunções mitocondriais, com diminuição da produção de ATP e de enzimas mitocondriais nos músculos de pessoas com transtorno depressivo maior. Essa disfunção pode ser causada por uma anormalidade do DNA mitocondrial ou por variantes de genes nucleares que codificam proteínas mitocondriais. Modificações epigenéticas que ocorrem durante o transtorno depressivo também são focos de estudos, e essas modificações envolvem principalmente a metilação do DNA e modificação de histonas. Conclusão: Conclui-se que o aumento das citocinas pró-inflamatórias na depressão resultaria nos sintomas da doença, e que tratamentos antidepressivos podem afetar a produção de citocinas. Além disso, as disfunções mitocondriais podem influenciar no desenvolvimento da depressão.