{"title":"Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas: a arquitectura anti-cúbica e cinemática de Mallet-Stevens","authors":"Ana Mónica Romãozinho","doi":"10.17811/rm.11.14.2022.177-196","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas realizada em Paris consagra, em primeiro lugar, a chamada Art Déco enquanto fórmula alternativa ao pastiche e à Arte Nova. Por outro lado, constituiu-se como palco de apresentação de pavilhões e interiores projectados pelas vanguardas que visavam não apenas transformações ao nível da linguagem e tipologia de ornamento mas ainda a promoção de valores como a funcionalidade e racionalidade, o impulsionar de mudanças sociais e novos modos de vivência do espaço. Sabemos que uma Exposição internacional, autêntico cenário paralelo à cidade real, se constitui como reflexo da sua época e da sociedade que a promove. Contudo, também sabemos que esta pode vincular visões utópicas do mundo. Estes dois pressupostos são observáveis no caso da Exposição de 1925, cuja predominância do Art Déco reflecte uma sociedade consumista, em oposição a uma nova concepção do mundo, anunciada por correntes como o De Stijl, Construtivismo, Purismo e Funcionalismo. Destacamos o progressismo do arquitecto francês Robert Mallet-Stevens que envolveu na sua equipa de trabalho interdisciplinar artistas como os irmãos Martel, Francis Jourdain ou Pierre Chareau. Na sequência de uma visão holística da feira, pretende-se com o presente artigo analisar duas arquitecturas efémeras da sua autoria e as utopias a elas vinculadas.","PeriodicalId":40740,"journal":{"name":"Res Mobilis-International Research Journal of Furniture and Decorative Objects","volume":"18 3 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.2000,"publicationDate":"2022-02-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"1","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Res Mobilis-International Research Journal of Furniture and Decorative Objects","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.17811/rm.11.14.2022.177-196","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"ART","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas realizada em Paris consagra, em primeiro lugar, a chamada Art Déco enquanto fórmula alternativa ao pastiche e à Arte Nova. Por outro lado, constituiu-se como palco de apresentação de pavilhões e interiores projectados pelas vanguardas que visavam não apenas transformações ao nível da linguagem e tipologia de ornamento mas ainda a promoção de valores como a funcionalidade e racionalidade, o impulsionar de mudanças sociais e novos modos de vivência do espaço. Sabemos que uma Exposição internacional, autêntico cenário paralelo à cidade real, se constitui como reflexo da sua época e da sociedade que a promove. Contudo, também sabemos que esta pode vincular visões utópicas do mundo. Estes dois pressupostos são observáveis no caso da Exposição de 1925, cuja predominância do Art Déco reflecte uma sociedade consumista, em oposição a uma nova concepção do mundo, anunciada por correntes como o De Stijl, Construtivismo, Purismo e Funcionalismo. Destacamos o progressismo do arquitecto francês Robert Mallet-Stevens que envolveu na sua equipa de trabalho interdisciplinar artistas como os irmãos Martel, Francis Jourdain ou Pierre Chareau. Na sequência de uma visão holística da feira, pretende-se com o presente artigo analisar duas arquitecturas efémeras da sua autoria e as utopias a elas vinculadas.