{"title":"Enxaqueca de alta frequência refratária a tratamento farmacológico usual e anticorpo e responsiva a canabidiol de amplo espectro: relato de caso","authors":"Lia Mara Mesquita Rosa, M. Siega","doi":"10.48208/headachemed.2022.26","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O uso de derivados da Cannabis sp. no tratamento de certas condições médicas, como dor neuropática, epilepsia e esclerose múltipla já é bem conhecido. Porém, estudos sobre seu benefício em cefaleias ainda são de baixa abrangência, sendo constituídos, em sua maior parte, por relatos e séries de casos. Apresentamos o caso de paciente masculino de 74 anos, portador de enxaqueca de alta frequência (2 a 3 vezes/semana) há vários anos, com importante limitação funcional associada a diversos gatilhos, fazendo uso apenas de triptanos durante as crises. Apresentou intolerância a 2 medicamentos profiláticos (topiramato e propranolol). Realizou 2 aplicações de Erenumabe 70 mg, havendo considerável melhora inicial seguida de novo aumento na frequência das crises após a segunda aplicação, com interrupção do tratamento. Fez uso de nutracêuticos por 6 meses, sem grande melhora. Após introdução de óleo de canabidiol, as crises reduziram em frequência (1 episódio/mês) e intensidade, com intervalo recorde de 30 dias seguidos sem dor, associado a eliminação de gatilhos. Estudos pré-clínicos avaliando a relação entre o sistema endocanabinoide e a fisiopatologia da migrânea apontam para os derivados da Cannabis sp. como potenciais armas para o tratamento dessa condição. No entanto, o papel desses derivados como profilaxia das crises de enxaqueca ainda é especulativo, necessitando de estudos controlados para maior definição.","PeriodicalId":12925,"journal":{"name":"Headache Medicine","volume":"56 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-09-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Headache Medicine","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.48208/headachemed.2022.26","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
O uso de derivados da Cannabis sp. no tratamento de certas condições médicas, como dor neuropática, epilepsia e esclerose múltipla já é bem conhecido. Porém, estudos sobre seu benefício em cefaleias ainda são de baixa abrangência, sendo constituídos, em sua maior parte, por relatos e séries de casos. Apresentamos o caso de paciente masculino de 74 anos, portador de enxaqueca de alta frequência (2 a 3 vezes/semana) há vários anos, com importante limitação funcional associada a diversos gatilhos, fazendo uso apenas de triptanos durante as crises. Apresentou intolerância a 2 medicamentos profiláticos (topiramato e propranolol). Realizou 2 aplicações de Erenumabe 70 mg, havendo considerável melhora inicial seguida de novo aumento na frequência das crises após a segunda aplicação, com interrupção do tratamento. Fez uso de nutracêuticos por 6 meses, sem grande melhora. Após introdução de óleo de canabidiol, as crises reduziram em frequência (1 episódio/mês) e intensidade, com intervalo recorde de 30 dias seguidos sem dor, associado a eliminação de gatilhos. Estudos pré-clínicos avaliando a relação entre o sistema endocanabinoide e a fisiopatologia da migrânea apontam para os derivados da Cannabis sp. como potenciais armas para o tratamento dessa condição. No entanto, o papel desses derivados como profilaxia das crises de enxaqueca ainda é especulativo, necessitando de estudos controlados para maior definição.