{"title":"Ceticismo moral e paradoxo: Guy de Brués contra os “Novos Acadêmicos”","authors":"Luiz A. A. Eva","doi":"10.11606/issn.2318-8863.discurso.2022.206603","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O propósito deste artigo é o de examinar o ceticismo sobre a moral e as leis tal como abordado e respondido por Guy de Brués nos seus Diálogos contra os Novos Acadêmicos (1557). Proponho que, para uma apreciação adequada desse tema, é preciso distinguir dois níveis em que essa filosofia se apresenta na obra: aquele em que ela é exposta na fala dos personagens incumbidos de defendê-la (sustentando diferentes versões da tese de que “tudo é opinião”) e aquele que é discernível através de alguns pontos de acordo ao longo das discussões, no qual revela-se antes uma afinidade entre os interlocutores com a Nova Academia. Esta situação aparentemente paradoxal pode ser melhor compreendida se cotejamos os Diálogos com a declamatio paradoxal ou o diálogo filosófico de matriz ciceroniana. De modo mais geral, sugerimos que o papel da filosofia da Nova Academia, especialmente em sua dimensão moral e política, é maior do que usualmenre reconhecido na redescoberta do ceticismo na França do século XVI.","PeriodicalId":37350,"journal":{"name":"Discurso y Sociedad","volume":"251 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Discurso y Sociedad","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.11606/issn.2318-8863.discurso.2022.206603","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q2","JCRName":"Arts and Humanities","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
O propósito deste artigo é o de examinar o ceticismo sobre a moral e as leis tal como abordado e respondido por Guy de Brués nos seus Diálogos contra os Novos Acadêmicos (1557). Proponho que, para uma apreciação adequada desse tema, é preciso distinguir dois níveis em que essa filosofia se apresenta na obra: aquele em que ela é exposta na fala dos personagens incumbidos de defendê-la (sustentando diferentes versões da tese de que “tudo é opinião”) e aquele que é discernível através de alguns pontos de acordo ao longo das discussões, no qual revela-se antes uma afinidade entre os interlocutores com a Nova Academia. Esta situação aparentemente paradoxal pode ser melhor compreendida se cotejamos os Diálogos com a declamatio paradoxal ou o diálogo filosófico de matriz ciceroniana. De modo mais geral, sugerimos que o papel da filosofia da Nova Academia, especialmente em sua dimensão moral e política, é maior do que usualmenre reconhecido na redescoberta do ceticismo na França do século XVI.